Mais três PMs serão julgados pela Chacina da Grande Messejana em 2015

Entre eles está um soldado apontado como um dos pivôs da matança, que deixou 11 mortos e sete feridos. Seis policiais já foram condenados por envolvimento no crime

Mais três policiais militares sentarão no banco dos réus acusados de envolvimento na Chacina da Grande Messejana, crime que deixou 11 mortos e sete feridos do dia 11 para o dia 12 de novembro de 2015. Entre eles está o soldado Marcílio Costa de Andrade, apontado como um dos pivôs da matança.

Nesta quinta-feira, 28, nota do Tribunal de Justiça do Estado (TJCE) informou que transitou em julgado os recursos dos réus em tribunais superiores contra a sentença de pronúncia. Dessa forma, eles não têm mais direitos a recorrer contra a decisão da primeira instância.

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“O juízo da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza determinou, no último dia 20 de novembro, a intimação do Ministério Público, do Assistente de Acusação (Rede Acolhe – Defensoria Pública) e da defesa dos réus para que apresentem o rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário e demais diligências do Art. 422 do Código de Processo Penal”, afirmou o TJCE.

Somente após essa resposta é que será marcada a data do julgamento. Além de Marcílio, irão a júri o soldado Eliézio Ferreira Maia e ao cabo Luciano Breno Freitas Martiniano.

Marcílio é considerado um dos pivôs do crime para o Ministério Público Estadual (MPCE) pois, conforme as investigações, dias antes da chacina, ele se envolveu em uma confusão no Curió em que acabou matando um adolescente de 16 anos — este que seria envolvido com o tráfico de drogas do bairro.

Ameaçado por criminosos, Marcílio se mudou do bairro e, de acordo com o MPCE, passou a descrever o fato aos companheiros de fardas como um atentado à corporação.

“Situações que o envolveram em assuntos pessoais o levaram a induzir [...] seus companheiros de farda como se fosse de caráter institucional, chegando-se, em consequência, ao ápice com a perpetração do delito que vítima o policial SERPA, e, a partir daí, é certo, se desenvolveram os fatos delituosos que culminaram na denominada 'Chacina da Messejana' ou 'Chacina do Curió, com suas deletérias consequências”, afirmou o MPCE na denúncia.

Já Eliézio e Luciano Breno, de acordo com a acusação, integraram o grupo de dezenas de PMs que, após o latrocínio que vitimou o soldado Valterberg Chaves Serpa, reuniu-se no bairro Curió, em um primeiro momento, para demonstrar solidariedade ao praça, mas que, em seguida, saíram pelas ruas do bairro praticando a matança.

Relembre os julgamentos já realizados

Três julgamentos de acusados de envolvimento na chacina foram realizados durante 2023. No primeiro, ocorrido em junho, quatro PMs foram condenados a 275 anos e 11 meses de prisão. Já no segundo julgamento, realizado em setembro daquele ano, oito PMs foram absolvidos.

No terceiro julgamento, um PM foi condenado a 210 anos e 9 meses de prisão, enquanto outros seis foram absolvidos. Um outro PM ainda foi absolvido das acusações de homicídios, mas condenado a 13 anos e cinco meses de reclusão por três crimes de tortura.

Vítimas da chacina

Antônio Alisson Inácio Cardoso, de 16 anos; Jardel Lima dos Santos, de 17 anos; Pedro Alcântara Barrozo do Nascimento Filho, de 18 anos; Alef Souza Cavalcante, de 17 anos; Renayson Girão da Silva, de 17 anos; Patrício João Pinho Leite, de 16 anos; Francisco Elenildo Pereira Chagas, de 40 anos; Jandson Alexandre de Sousa, de 19 anos; Marcelo da Silva Mendes, de 17 anos; Valmir Ferreira da Conceição, de 37 anos; e José Gilvan Pinto Barbosa, de 41 anos.

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