Sarto sobre falta de medicamentos e força-tarefa para gerir IJF: "A crise já acabou"

O prefeito José Sarto anunciou, nessa quinta-feira, 21, a criação de uma força-tarefa para resolver a crise de falta de insumos e medicamentos no IJF

16:44 | Nov. 22, 2024

Por: Lara Vieira
Prefeitura entrega pacote de 10 novas Escolas Areninhas à população, na Escola Areninha Mondubim (foto: Samuel Setubal)

O prefeito José Sarto afirmou que a crise de falta de insumos e medicamentos no Instituto Doutor José Frota (IJF), principal hospital do Ceará para traumas complexos, “acabou”. O gestor destacou a criação de uma força-tarefa, anunciada nessa quinta-feira, 21, para solucionar imediatamente a reposição dos materiais.

Sarto também informou que a equipe irá negociar os pagamentos atrasados dos médicos cooperados, que ameaçavam paralisar devido a pagamentos atrasados.

A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira, 22, durante evento de entrega de um pacote de dez Escolas Areninhas, no bairro Mondubim. Sarto afirmou que a força-tarefa deve assegurar a excelência que caracteriza o IJF.

"Essa força-tarefa, composta pelo secretário de Saúde, que tem competência legal para coordená-la; o secretário de Governo; o secretário de Finanças e o procurador-geral do município, já foram ao IJF para resolver, de forma imediata, a questão da tramitação de materiais e insumos", disse.

O prefeito ainda declarou que a equipe negocia o pagamento dos médicos cooperados. "Já há um estado avançado de negociação. A força-tarefa certamente resolverá essa questão das cooperativas. Tenho absoluta certeza de que, em um prazo muito curto, essa crise estará completamente resolvida", afirmou.

Nas últimas semanas, surgiram denúncias de pacientes sobre a falta de itens essenciais no hospital, como esparadrapo, gaze, algodão e álcool. Também foram relatados a escassez de antibióticos e medicamentos básicos, como dipirona, além de atrasos na realização de procedimentos cirúrgicos.

Crise no IJF: MPCE ingressou com ação civil pública 

Ciente das denúncias, o Ministério Público do Ceará (MPCE) ingressou, no início deste mês de novembro, com uma ação civil pública solicitando que a Prefeitura de Fortaleza, a Secretaria de Saúde Municipal (SMS) e o IJF "garantissem o abastecimento de medicamentos e insumos obrigatórios necessários para o funcionamento do hospital".

O MPCE informou que, segundo informações recebidas, 279 dos 375 medicamentos disponibilizados no IJF estariam com o estoque zerado, o que representa uma falta de 74,40% no acervo da farmácia.

Horas antes do anúncio do Prefeito, a Justiça determinou a realização de uma audiência inicial de conciliação entre representantes do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza (PGM) para tratar do descaso no IJF. O encontro ocorrerá na próxima terça-feira, 26.

O Sindicato dos Médicos do Ceará informou que, até a tarde desta sexta-feira, 22, não recebeu atualizações sobre as questões relatadas no IJF. "Ressaltamos que as cooperativas médicas não repassaram nenhuma informação à entidade, e a Prefeitura de Fortaleza também não emitiu qualquer comunicado oficial referente ao caso", afirmou a entidade por meio de nota. 

"O Sindicato reforça que não está participando, tampouco tem conhecimento de negociações ou medidas que estejam sendo realizadas para reverter a situação do hospital, conforme detalhado em nossas manifestações anteriores. Seguimos acompanhando os desdobramentos e à disposição para colaborar no que for necessário, visando assegurar as condições adequadas de trabalho para a categoria médica e um atendimento digno à população", acrescentou o sindicato.

Corte de Bolsas Jovem

Nessa quinta-feira, 21, O POVO publicou série de denúncias sobre o corte repentino dos pagamentos do Bolsa Jovem pela Prefeitura de Fortaleza. O valor do benefício é de R$ 300 e cerca de 3.500 jovens são beneficiados mensalmente. Contudo, segundo estimativas dos próprios participantes, pelo menos 800 bolsistas teriam sido afetados pelos cortes.

Questionado sobre as reclamações, Sarto declarou que não tinha conhecimento de demissões ou cancelamentos em massa.

“Desde o primeiro turno das eleições, determinei que não haveria demissões. Minha orientação foi clara: nenhuma demissão seria realizada. Vou procurar me informar sobre essas denúncias, pois a informação que tenho, passada pelo secretário de Juventude é que não houve alterações”, disse o prefeito.

O programa, criado em 2019, tem como objetivo apoiar jovens entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade nas áreas de cultura, tecnologia, arte, ciência e esportes. O gestor ainda reforçou que Fortaleza é a quarta maior capital do Brasil em população. Por isso, casos pontuais podem ocorrer dentro da autonomia das secretarias.