Porto do Pecém: PF intercepta 29kg de cocaína escondidos no casco de um navio com destino à Espanha

Foram acionados mergulhadores do Corpo de Bombeiros para retirada da droga

17:36 | Nov. 21, 2024

Por: Gabriele Félix
A embarcação tinha como destino o Porto de Barcelona, na Espanha (foto: Divulgação/PF)

Durante uma fiscalização de rotina no Porto do Pecém, realizada na última sexta-feira, 15, na Região Metropolitana de Fortaleza, a Polícia Federal (PF) apreendeu cerca de 29kg de cocaína que estavam escondidas no casco de um navio. A embarcação tinha como destino o Porto de Barcelona, na Espanha.

Para a retirada do material, foi necessário acionar os mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) para a realização dos procedimentos.

Em nota, a PF informou que instaurou um inquérito policial para realizar a perícia no material apreendido. Após a conclusão das análises, os investigadores pretendem revelar a materialidade e a autoria do crime.

Os suspeitos, depois de identificados, poderão responder pelo crime de tráfico internacional de drogas.

Tráfico marítimo

No dia 15 de julho de 2023, O POVO divulgou uma série com quatro episódios mostrando como o tráfico marítimo de drogas se consolidou nos portos da região Nordeste. A proximidade dessa área da costa brasileira com os destinos finais, África e Europa, teria atraído os grupos criminosos.

A reportagem apurou que, entre os anos de 2019 e 2023, mais de 200 toneladas de cocaína foram apreendidas nos portos brasileiros. As estratégias adotadas pelos criminosos mostram que o deslocamento via embarcações permite um transporte mais “seguro” do material, facilitado pela dificuldade de vigiar esses locais.

O tráfico via embarcações permite que os criminosos reduzam o número de viagens, aumentando a carga de droga transportada, uma vez que esse material consegue ser camuflado às cargas. E, como aconteceu no Porto do Pecém, a movimentação também pode acontecer pela estrutura física dos navios, como no casco.

O Relatório Mundial sobre Drogas 2024 revela que houve um aumento no número de novos opioides sintéticos. Sobre a oferta e demanda por esses e outros entorpecentes, o relatório alerta para o agravamento nos transtornos associados ao consumo de drogas e até para o impacto ambiental negativo causado pela indústria desses ilícitos.