Interditada há um ano, Ponte Velha continua com movimentação intensa
Estrutura foi isolada em agosto de 2023 pela Prefeitura de Fortaleza para evitar novos acidentes“O povo aqui se multiplicou. Depois que interditou, agora foi que lotou mesmo”. A frase do comerciante José Pires de Lima, conhecido como Teixeira, é referente à movimentação na Ponte Velha, localizada no Poço da Draga, na Praia de Iracema, em Fortaleza.
“Tinha uma placa e tudo, mas eles (frequentadores) tiraram e começaram a ir. Mas a prefeitura não disse mais nada não, eles invadiram mesmo”, relata Teixeira.
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Interditada no dia 2 de agosto de 2023, após um homem ter sido atingido por um bloco de concreto da estrutura fragilizada, o local continua sendo usado pelos banhistas e moradores da localidade.
O POVO visitou o local na tarde deste domingo, 17, e presenciou diversos jovens pulando do local, além da lotação. O acesso é possível por conta de um arrombamento no tapume e das grades quebradas.
Frequentador do Poço da Draga, o estudante de jornalismo Vinícius Pires, de 25 anos, avalia a falta de segurança do equipamento e a necessidade de uma revitalização.
“É um ponto turístico de Fortaleza, é um ponto que a juventude gosta de vir e gosta de pular também. E essa questão de pular desse equipamento tem que ser pensada como uma cultura e como prevenir acidentes”.
Sobre a fiscalização do poder público, Vinícius pontua a ação de órgãos policiais no território. “Realmente é só a Polícia que vem, quando vem para oprimir o pessoal que tá aqui na ponte ou tá se divertindo”.
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A prática também foi relatada pelo adolescente de 14 anos, Ariel Gomes.
“Todo domingo eles - Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) - estavam vindo, tipo, querer bater na gente. Inclusive hoje eles estavam aqui, tipo, nós pagamos pra viver, pra eles baterem nós, que nós não é cachorro pra tá vivendo assim”.
Em relação ao assunto, O POVO apurou uma ação truculenta da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) neste domingo na região.
Segundo relatos de banhistas e vendedores ambulantes, a ocorrência começou após os agentes terem dispensados as pessoas que estavam na ponte e elas terem retornado ao equipamento.
De acordo com eles, a GMF utilizou balas de borracha e spray de pimenta na ação.
Uma ambulante que trabalha no local, Isabel Pereira Alves, conta que os agentes chegaram por volta de 15h20min para expulsar os frequentadores da ponte. Pouco depois, as pessoas voltaram a subir na estrutura e os agentes teriam voltado atirando contra a população.
Isabel relata ainda que ela e outro ambulante da praia foram até os agentes reclamar da ação e foram chamados de “vagabundos” e “atrevidos”.
O POVO procurou a Guarda Municipal de Fortaleza, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria. O texto será atualizado quando a demanda for respondida. (Com Alexia Vieira).