Crianças debatem sobre crise climática em projeto que simula negociações da COP 30

Projeto Casulo, do Instituto Casulo Montessori, terá ainda a realização de protótipos e oficinas práticas sustentáveis, além de ações sociais e coletivas. Mãe de aluno, que é engenheira ambiental, foi autora do projeto

Com foco nas mudanças climáticas que estão ocorrendo pelo mundo, o Projeto Casulo, do Instituto Montessori Bilíngue, escola localizada em Fortaleza, promove, no dia 19 de novembro, uma simulação das negociações da COP 30 — 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) - com crianças.

A COP é uma reunião anual de signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima UNFCCC — na sigla em inglês. A reunião visa debater medidas para diminuir a emissão de gases do efeito estufa, encontrar soluções para problemas ambientais que afetam o planeta, entre outros.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

O Projeto Casulo foi idealizado pela engenheira ambiental Dalila Menezes, 38, mãe do Davi Menezes, 7, que estuda no Instituto Casulo Montessori. A iniciativa está em andamento desde agosto e deve prosseguir até o próximo ano. A promessa é deixar uma marca na educação ambiental da comunidade.

A primeira fase do Projeto se dá com a introdução à COP. A segunda fase será a simulação da COP e também a tradução do acordo de Paris. A terceira conta com protótipos e oficinas práticas sustentáveis. A quarta e última fase do Projeto Casulo aborda ações sociais e coletivas.

Inspirada pela experiência da COP, Dalila destaca que a proposta poderia ser implementada em Fortaleza. A ideia é que jovens de cada bairro participem de um debate simulando os papéis de negociadores da COP, mas com foco nas realidades locais, abordando problemas e soluções climáticas específicas de cada região.

 

 

Ao O POVO, a diretora do Instituto Casulo Montessori e gestora financeira, Joana Ferreira, 49, conta que na escola existem várias atividades ligadas à sustentabilidade.

“Nossas salas usam iluminação e ventilação natural, os nossos materiais são de materiais naturais e nobre, ensinamos as crianças a separar o lixo, temos uma agrofloresta e ensinamos permacultura e os seus princípios às crianças”.

Ações solidárias e oficinas

A diretora relata ainda que todos os anos são feitas ações solidárias de doações e os pequenos realizam oficinas ensinando grupos de mulheres a fazer shampoo/sabonete que depois podem vender e usar como fonte de renda.

“Estávamos conversando que [eu] sentia a necessidade de interconectar tudo o que as crianças já fazem e sabem, de forma que elas tivessem uma ideia global em detrimento desse conhecimento compartimentado”, explicou Joana.

Conforme ela, além do impacto positivo nas crianças, é esperado que os pequenos consigam também impactar em suas residências. “Que mudem ou criem alguns hábitos na sua rotina ligados à sustentabilidade”, finaliza a diretora.

Conectar práticas sustentáveis da escola a um objetivo maior

A professora e engenheira ambiental, Dalila Menezes, conta que começou a se dedicar mais aos estudos de mudanças climáticas ainda na época do Doutorado. “Minha pesquisa foi sobre áreas ambientais em cidades e como essas frações estavam sumindo ao longo dos anos”, explica.

Dalila então concluiu que é preciso preparar a Cidade para os eventos climáticos extremos que já são realidade. "Talvez nós não estejamos atentos sobre como isso chega para nossas crianças. É possível que estejamos subestimando a capacidade das crianças de perceber as mudanças climáticas e os impactos disso em suas vidas", afirma Dalila.

"A mamãe tá ajudando a gente a cuidar do mundo, pra no futuro, a gente ter um lugar melhor para viver", conta o pequeno Davi, 7.

Dalila acredita que o projeto tem potencial para se tornar um marco na escola e promover a educação ambiental de forma contínua. Ela também afirma que o sonho é proporcionar a essas crianças a experiência única de participar da COP 30, que acontecerá no Brasil em 2025. "A expectativa e o entusiasmo delas são contagiosos e nos motivam a trabalhar ainda mais para que esse sonho se torne realidade", finaliza.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar