Preso por chefiar organização criminosa seria responsável por abastecer outras facções no Ceará
Homem é natural de Fortaleza, pertenceria a grupo carioca, mas teria acesso a outras organizações atuantes no Estado; ele já foi preso outras vezes e teria participação no tráfico internacionalO homem preso na última quinta-feira, 31, em um shopping de Fortaleza, suspeito de chefiar um grupo criminoso com atuação nos bairros Serviluz e Vicente Pinzón, em Fortaleza, também teria acesso a outras facções, de acordo com informações da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE). Apesar de pertencer a uma organização carioca, o capturado também atuava no fornecimento de drogas para outras facções, espalhadas por todas as regiões do Estado. O POVO apurou que o nome dele é Diego Belchor de Oliveira, de 35 anos.
Investigações da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) identificaram que o alvo, apesar de circular entre todos os grupos, tem maior proximidade e posto de liderança na organização carioca. Na facção, ele seria o responsável pelo controle financeiro e distribuição de áreas para o tráfico de drogas.
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Suspeito já era procurado por crimes em outros estados
Com extensa ficha criminal, o homem já havia sido preso em 2016, quando ele e um parceiro foram flagrados com 36 quilos de cocaína no bairro Papicu, na Capital. A dupla foi interceptada por policiais quando se preparava para fazer uma entrega na região. Ao todo, nove tijolos da droga e balanças de precisão foram apreendidos na ocasião.
Seis anos depois, em março de 2022, o homem figurou entre os 36 acusados de integrar facção criminosa atuante na cidade de Porto Velho, estado de Rondônia. À época, o alvo era suspeito de envolvimento em um esquema que trazia drogas da capital rondoniense para Fortaleza.
O dinheiro apurado na prática ilícita teria sido lavado pelo grupo, através de distribuição dos montantes entre contas bancárias interpostas de pessoas e empresas. Cada conta recebia cerca de 3% do valor movimentado, com uma delas chegando a transações de R$ 1,5 milhão.
Além de Fortaleza e Porto Velho, outras quatro cidades fizeram parte de operação da Polícia Federal (PF) para cumprimento de mandados de prisão. As investigações foram iniciadas em 2020, com prisões em 2021 e denúncia acatada pela Justiça em 2022.
O alvo também possuía um mandado de prisão em aberto por articular um roubo a uma concessionária do bairro Guararapes. Neste caso, ele chegou a prestar depoimento na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de Cargas (DRFVC), mas estava foragido desde então.
Oito pessoas foram indiciadas e presas. Todos foram autuados por roubo majorado, já que a Polícia Civil identificou grave ameaça durante a execução do crime. Parte delas já possuía antecedentes criminais por tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Valores milionários eram utilizados para trazer drogas da fronteira a Fortaleza
Além da atuação no Ceará, o alvo também teria participação em um esquema de tráfico internacional de drogas, que trazia entorpecentes da Bolívia para serem comercializados ilegalmente no Estado. Devido à importância da função que o capturado exercia para as organizações criminosas, essa tem sido tratada como uma das principais prisões do ano no Estado.
“Essa é uma grande prisão feita pela Draco este ano, uma prisão de destaque, visto a relevância dele dentro do abastecimento de drogas a todas as organizações criminosas. Como bem frisei, ele não abastece apenas uma, mas todas as demais. E como a gente sabe que o tráfico de drogas é o motor financeiro de todos os demais crimes, tirar o indivíduo que abastece as facções criminosas torna-se uma prisão extremamente estratégica”, afirma o delegado titular da Draco, Alisson Gomes.
“Pessoas jurídicas de fachada eram utilizadas para movimentar e disfarçar esses valores vultosos”, complementa o delegado. Ainda de acordo com ele, o homem também possuía uma parcela de autonomia dos valores da organização criminosa.
“Ele está fomentando as guerras, que são promovidas por esses grupos criminosos pela hegemonia do tráfico de drogas”, explica.
Durante a prisão, realizada em um shopping no bairro Guararapes, foram apreendidos celulares, uma pistola 380 adquirida de forma ilícita e 11 munições intactas. O homem está preso preventivamente por posse ilegal de arma de fogo e receptação, enquanto o material sequestrado deverá passar por perícia. (Colaborou Bárbara Mirele)
Denúncias
A SSPDS reforça que a população pode contribuir com as investigações repassando informações, com sigilo e anonimato garantidos.
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Telefone da Draco: (85) 3101-7591