Palestra na UFC sobre conflito palestino-israelense termina em tumulto

Momento foi interrompido por um grupo de militantes pro-Palestina, que se opunham a forma como tema era tratado

Uma palestra sobre o conflito palestino-israelense, realizada no campis Benfica da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, na noite desta quarta-feira, 30, terminou em tumulto. Momento foi interrompido por um grupo de militantes pró-Palestina, que se opunham a forma como tema era tratado.

Conferência foi organizada pelo curso de pós-graduação em Sociologia e ocorreu no Centro de Humanidades 3 (CH3). Atividade foi idealizada para abrir o semestre e trouxe como palestrante Michel Ghermen, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista no tema abordado. 

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Fábio Gentile, coordenador do programa de pós em sociologia da entidade, estava no momento como debatedor e presenciou ação. Ele conta que palestra começou 18 horas e por volta das 18h30min um grupo de pessoas entrou na sala portando cartazes, megafones e com alguns dos integrantes de máscara. 

Representante fala que palestra buscava fazer uma análise do conflito entre Palestina e Israel, falando sobre o sionismo (movimento político e ideológico que defende a criação de um Estado nacional judaico em Israel), e apontando suas vertentes, incluindo aquelas citadas como "mais radicais". 

Conforme Gentile, ativistas são de um grupo de extrema esquerda pró-Palestina, que discordou do fato da entidade ter trazido o tema. Em vídeos publicados nas redes sociais, militantes aparecem acusando integrantes da mesa de facistas e citando frases como "pela vida das crianças palestinas".

Além disso, eles apontavam que a universidade é sionista e davam gritos de "fora sionista". "Não estamos fazendo ideologia, mas lidando de forma científica com a temática", diz o coordenador.

Para entender: Israel e Palestina: veja como começou este conflito histórico

Gentile fala que ativistas "ficaram gritando" e chamando participantes da palestra de "facistas e nazistas". Confusão teria durado em torno de meia hora e palestra precisou ser finalizada. 

O coordenador lamentou o ocorrido, citou a importância da liberdade de expressão e destacou que curso de pós-graduação em Sociologia assinou um acordo para receber alunos palestinos no programa de 2025. 

Grupo se organizou nas redes sociais

Uma postagem nas redes sociais mostra que o grupo já se articulava para interromper momento. Publicação cita que palestra da UFC "apoiava o genocídio de palestinos" e colocava "Israel como vítima", negando a "realidade" e atacando o "caráter científico que deve ter as universidades públicas".

"O sionismo é uma ideologia racista e supremacista branca. Junto do Nazismo, é uma das piores e mais sanguinárias criações humanas", cita trecho inicial da nota, veiculada nas plataformas digitais. 

O POVO procurou a assessoria da UFC para saber do posicionamento da entidade sobre assunto, mas órgão informou que publicaria uma nota nesta quinta-feira, 31.

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