Fortaleza tem mais da metade dos semáforos com tecnologia inteligente, aponta AMC
O semáforo inteligente tem adaptação dinâmica, ou seja, ao longo do dia o sistema se regula automaticamente para otimizar o tráfego na viaMais da metade dos semáforos espalhados por Fortaleza são modelos inteligentes. De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), 591 dos 1.081 equipamentos que integram a rede semafórica da Capital possuem esse tipo de controle, enquanto 490 são convencionais.
Os semáforos inteligentes funcionam sob demanda e dispõem de sensores em sua estrutura. As câmeras posicionadas estrategicamente nos cruzamentos monitoram o tráfego em tempo real. Com base nisso, as imagens são transformadas em algoritmos.
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Esses dados são processados pelo sistema, que regula o tempo de abertura do sinal. Portanto, se houver muitos veículos na via, o sinal permanece verde por mais tempo para suavizar o fluxo.
“No sistema convencional, o tempo do semáforo é pré-programado, a gente vai no local, faz uma coleta de dados com base no volume de veículos e calcula o tempo necessário, não muda, mesmo que haja uma demanda maior de veículos naquele trecho”, explica o gerente da Central da Mobilidade para Preservação de Vidas da AMC, Lélio Vale.
“Se tiver um colisão que esteja obstruindo um faixa, o sistema é capaz de detectar que ali tem congestionamento por causa do sensor. Diante disso, a ferramenta aumenta o tempo do sinal verde naquele local”, complementa, falando do sistema de semáforos inteligentes.
O semáforo inteligente tem adaptação dinâmica, ou seja, ao longo do dia o sistema se regula automaticamente para otimizar o tráfego na via.
Esse tipo de sinalização substitui os laços de indução usados nos semáforos convencionais. Ao invés disso, utilizam “laços virtuais”, que medem o espaçamento entre veículos e a saturação de um trecho da via.
Além de otimizar o fluxo de veículos nas vias, a tecnologia viabiliza a comunicação com a Central de Monitoramento da AMC, permitindo, dessa forma, a detecção de falhas de forma imediata e agilizando os serviços de manutenção.
Lélio destaca que o Sistema Adaptativo em Tempo Real começou a ser implantado em Fortaleza por volta dos anos 2000. À época, a ferramenta mais utilizada no mundo era a Scoot, de origem inglesa. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a primeira a instalar o sistema, e a capital cearense a segunda.
“Hoje em dia nem São Paulo tem mais esse mesmo sistema, só Fortaleza possui e mantém essa ferramenta. Além dele, a Capital tem outro sistema, que possui o mesmo funcionamento, mas de origem espanhola. Ele vê qual o melhor tempo para que o número de paradas dos veículos e o atraso dos veículos sejam os menores possíveis”, detalha.
Os lugares prioritários para a instalação dos semáforos inteligentes são polos geradores de tráfego e corredores onde há circulação de transporte público. Atualmente, a tecnologia está presente em pontos estratégicos de 54 bairros da Capital, são eles:
- Centro
- Aldeota
- Meireles
- Dionísio Torres
- Fátima
- Joaquim Távora
- Benfica
- Messejana
- Papicu
- José Bonifácio
- Jóquei Clube
- Montese
- Itaperi
- São Gerardo
- Tauape
- Parangaba
- Presidente Kennedy
- Parquelândia
- Farias Brito
- Cocó
- Jacarecanga
- Antônio Bezerra
- Amadeu Furtado
- Cidade dos Funcionários
- Mondubim
- Parque Araxá
- Cristo Redentor
- Praia de Iracema
- Barra do Ceará
- Carlito Pamplona
- Itaoca
- Bonsucesso
- Passaré
- Mucuripe
- Jardim Iracema
- Vila União
- Álvaro Weyne
- Cajazeiras
- Aeroporto
- Padre Andrade
- Rodolfo Teófilo
- Parreão
- Demócrito Rocha
- Panamericano
- Ellery
- Moura Brasil
- Prefeito José Walter
- Varjota
- Parque Iracema
- Monte Castelo
- Vila Peri
- Salinas
- Olavo Oliveira
- Engenheiro Luciano Cavalcante
Nesses locais, conforme Lélio Vale, “a variação de volume é muito alta, pois em alguns horários há uma quantidade muito grande de viagens e em outros nem tanto”.
Onda Verde
Além de otimizar o fluxo de veículos em uma via, o semáforo inteligente também auxilia no deslocamento dos órgãos a serem transplantados para pacientes dos hospitais de Fortaleza.
De acordo com Lélio, a Central de Monitoramento da AMC viabiliza o transporte dos órgãos por meio da “Onda Verde” semafórica, que permite a abertura progressiva dos semáforos na luz indicativa verde a fim de melhorar a fluidez da via.
“A gente consegue priorizar a saída das ambulâncias. Por exemplo, a ambulância que leva órgãos do Instituto Doutor José Frota (IJF) para o Hospital da Messejana levaria 28 minutos, com a onda verde conseguimos fazer o traslado em oito minutos”, prossegue.
“Isso diminui o tempo de transporte e aumenta a chance de sucesso do transplante, falamos muito sobre isso porque é um benefício muito grande”.
Tempo de travessia do pedestre
O semáforo inteligente surge com a finalidade de otimizar o fluxo de veículos, todavia, a estratégia acaba dificultando a locomoção do pedestre, uma vez que ele precisa aguardar um tempo prolongado para atravessar na faixa.
Para solucionar essa questão, o gerente da Central da Mobilidade para Preservação de Vidas da AMC, Lélio Vale, afirma que a demanda de travessia do pedestre é verificada no momento em que o semáforo inteligente é implantado no trecho.
“Nas nossas vistorias a gente sempre inclui a proteção para aquele que é mais vulnerável, ou seja, o pedestre. O tempo dele também é demandado. A gente sempre leva em consideração o tempo do idoso, que vai ter uma velocidade menor para atravessar”, pondera.
Lélio acrescenta que o tempo necessário para que o pedestre atravesse a via depende da largura da faixa. Ele reforça que o Manual Brasileiro de Sinalização Semafórica preconiza a velocidade de 1.2 metros por segundo, mas, em Fortaleza, o tempo é estendido para um 1 metro por segundo, a depender da movimentação do trecho.
"Na Bezerra de Menezes, próximo ao Instituto dos Cegos, por exemplo, a gente sabe que precisa de um tempinho um pouquinho maior para a travessia de pedestres, a gente vai ponderando de lugar para lugar", conclui.