Animais são castrados até este domingo, 20, no Campus do Pici da UFC

A ação, que acontece até este domingo, 20, no Campus do Pici da UFC, segue caminho para o bairro Canindezinho nesta segunda-feira, 21, pelos próximos 15 dias

18:57 | Out. 19, 2024

Por: Emanuel Furtado
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 19-10-2024: A Secretaria de Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará (SMA-UFC) realiza, em parceria com a Secretaria de Proteção Animal do Governo do Estado do Ceará (SEPA), uma ação de castração de animais dos campi do Pici, Benfica e Porangabuçu. Na imagem, a cachorrinha Taty Girl segue aguardando para ser adotada (foto: Samuel Setubal/O POVO)

O dia começou cedo para o trabalhador da área de manutenção predial, Wedisson Sousa, de 27 anos. Logo no início da manhã deste sábado, 19, ele levou o seu cachorro Malcon para ser castrado, de forma gratuita no Bloco de Zootecnia do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, da Universidade Federal do Ceará (UFC). A Secretaria do Meio Ambiente da UFC realiza desde o dia 17 passado, a esterilização de cães e felinos. A ação prossegue até este domingo, 20, e segue caminho.

Ação ocorre em parceria com a Secretaria de Proteção Animal do Governo do Ceará (Sepa), por meio do Vet Móvel. Esta semana, passou também pelos bairros Benfica e Porangabuçu. Na próxima segunda-feira, 21, o projeto chega ao bairro Canindezinho, onde fica pelos próximos 15 dias.

O pet Malcon, do tutor Wedisson, tem um ano e um mês de vida. Forte e arisco, e já castrado na manhã deste sábado, 19, foi resgatado para um lar, juntamente com a irmã de nascimento, a Xuri. Viviam perdidos no Campus do Pici. Hoje, recebeu atendimento no bloco de Zootecnia da instituição de ensino superior.

Chegaram na casa de Wedisson para passar dois meses, no máximo. Ficaram. Conquistaram a família e permanecem. Viraram um xodó da família. “Ficamos naquela que não queríamos separar os dois e acabamos ficando com eles. Tem muita gente ruim que pega animal e abandona e deixa jogado por aí, em qualquer canto”, disse. Segundo ele, a castração evita a proliferação de animais e o indesejado. “Seria muito importante esse projeto acontecer todos os dias”, avalia.

Regina Helena Catunda, supervisora do Ceará Móvel 01, explica que os animais passaram por um processo de avaliação para saber o estado de saúde, onde foram realizados exames clínicos desde a última quinta-feira, 17, - como coleta de sangue - para poderem passar pelo processo de castração.

“Aqui na UFC temos muitos animais abandonados. E, dessa vez, resolvemos envolver a comunidade próxima à universidade”. Desde o início de maio, o projeto já realizou mais de nove mil consultas e cerca de trinta mil procedimentos realizados.

Lara Abreu, estudante de Medicina Veterinária e coordenadora do projeto Animais Universitários (AU) - que atua na universidade ao longo de seis anos -, destaca a importância de cuidar de animais em situação de abandono. “Essa é a primeira vez que conseguimos chegar na comunidade interna aqui do Campus. Estamos conseguindo também ajudar os moradores que não têm condição de castrar os seus animais”. E acrescenta: “Cada animal faz a diferença”.

Quem também esteve por lá foi Charliane Garcia, 31, acompanhada pelo pai, o senhor Murilo Garcia, prestes a completar sete décadas, e do pet Bolacha, que também foi castrado. Ela conta que o cachorro sempre colava no progenitor quando ele ia à padaria. Não deu outra. Foi adotado. “Eu vi no Instagram que iria ocorrer essa castração. No mesmo dia eu vim e foi tudo muito rápido. Viemos, fizemos os exames na última sexta-feira e deu tudo certo”. Moradora do Pici, ela enfatiza a importância do projeto, principalmente para quem tem menores condições financeiras.

O pai de Charliane, não se faz de rogado em falar sobre o prazer de ter o Bolacha integrado à família e à sua vida. A grande companhia após ter se aposentado. “Ele sempre foi um cachorro muito bom. Se dava bem com as pessoas. Aí me iludiram e eu acabei adotando. É uma grande companhia”, ri, discretamente Murilo Garcia, ao falar com O POVO.

A estudante de Engenharia Civil, Jade Helena, também não resistiu aos encantos. Adotou Muriel, cachorra que vivia perambulando pelo Campus do Pici. Muriel também foi castrada na manhã deste sábado. Sonolenta, ainda com efeito das medicações, a pet dormia e acordava, enquanto era acariciada pela sua mãe, a humana Jade. “Eu me apaixonei por ela. A situação de abandono aqui no Pici é muito difícil. Um mutirão de castração desse é fundamental”.

Serviço

Castração gratuita de pets

Bloco de Zootecnia do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra da UFC