CGD vai apurar denúncia de tortura de tenente-coronel da PM contra jovem no Ceará
Caso foi registrado em vídeo, que começou a circular nas redes sociais na semana passada; oficial comandava o 19º Batalhão (BPM), da Polícia Militar do Ceará (PMCE)
13:36 | Out. 18, 2024
Um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE) será alvo de um Conselho de Justificação, instaurado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), para apurar suposta tortura do oficial contra um jovem no Ceará. O caso foi registrado em um vídeo, que circulou nas redes sociais na semana passada.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta sexta-feira, 18. Nas imagens do episódio, é possível ver o oficial, que seria Pedro Hawlison Alves Freire Sousa, dando tapas na cara do homem que está ao chão, já detido pelos agentes militares no local. “Tô quase desmaiando, senhor”, alega a vítima durante a agressão.
Veja o vídeo
Na publicação, a CGD informou que, considerando as mencionadas condutas que “violam os valores militares e deveres éticos”, instaurou o conselho a fim de apurar as condutas do oficial. Além disso, também será avaliado se o oficial poderá perder a patente e permanecer nos quadros da Corporação Militar. O tenente estava à frente do 19º Batalhão (BPM), da PMCE, em Fortaleza.
A Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Assof/CE) realizou uma manifestação pública de defesa do oficial no último domingo, 13, por meio das redes sociais.
Conforme o advogado Werner Feitosa, da Assof, as imagens apresentam edições manipuladas e não seria possível identificar as pessoas presentes no vídeo.
“Atribuir a um tenente-coronel um crime de gravidade com base em um vídeo desse é precipitado e leviano. Informamos que o tenente-coronel irá colaborar com a apuração de todos os fatos”, disse.
O POVO procurou, nesta sexta-feira, 18, a defesa do oficial para saber um posicionamento diante da instauração do Conselho de Justificação. Em nota, a defesa reafirma "seu compromisso com a verdade e com a justiça, mantendo-se à disposição para colaborar com todas as investigações necessárias".
A CGD também foi procurada pelo O POVO para saber quando o caso de suposta tortura aconteceu, se o oficial foi afastado das funções que exercia e qual atual etapa da investigação.
Colaborou Bemfica de Oliva
Atualizada às 14h09min