Outubro verde: Prefeitura de Fortaleza intensifica ações de prevenção à sífilis

O intuito é conscientizar a população sobre a transmissão. Este ano, Fortaleza registrou 1.614 casos da doença

De janeiro a setembro de 2024, a cidade de Fortaleza registrou 1.614 casos de sífilis adquirida, um aumento em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 1.123 casos. O crescimento no quantitativo levou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a intensificar as ações de prevenção nos postos de saúde e nos terminais de ônibus da Capital. O intuito é conscientizar a população sobre a doença. Todos os dados supramencionados integram um levantamento feito pela SMS. 

As atividades tiveram início nesta quinta-feira, 17, quando os 134 postos de saúde do Município ampliaram a realização de testes rápidos para incentivar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento contra a doença.

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Nesta sexta-feira, 18, das 8h às 17h, as ações serão estendidas para os sete terminais de ônibus da Capital, são eles:

  • Terminal da Messejana
  • Terminal do Antônio Bezerra
  • Terminal Papicu
  • Terminal da Parangaba
  • Terminal da Lagoa
  • Terminal do Conjunto Ceará
  • Terminal do Siqueira

Se o paciente for diagnosticado com a doença, será conduzido para a realização do exame "Venereal Disease Research Laboratory", que traduzido para o português, significa o Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (VDRL). O exame é feito nos postos de saúde e está voltado para o acompanhamento da sífilis e para o início do tratamento. 

O levantamento da SMS detalha que, de janeiro a setembro de 2024, a cidade registrou 1.614 casos de sífilis adquirida, sendo 743 em gestantes e 526 casos de sífilis congênita. No mesmo período do ano passado, foram 1.123 casos de sífilis adquirida, 813 em gestantes e 499 casos congênitos.

A sífilis , na maioria das vezes, é transmitida por meio de relações sexuais, contudo, também pode ocorrer por meio da transfusão de sangue infectado, contato com lesões mucocutâneas. Quando transmitida através da via transplacentária para o feto ou pelo canal do parto, a doença é configurada como sífilis congênita.

Diagnóstico precoce e tratamento

No último dia 10 de outubro, Pedro (nome fictício) teve o diagnóstico positivo para sífilis. Ele explica que decidiu ir ao posto de saúde após o aparecimento de manchas nas mãos. “No exame não identificaram como foi a transmissão, mas a médica me falou que foi através de relação sexual”, destaca.

“A prevenção com camisinha é muito importante pois foi devido eu não ter me prevenido que acabei pegando”, acrescenta.

Depois de receber o diagnóstico, Pedro tomou duas doses únicas de Benzetacil, em um dia. A prescrição do medicamento foi adaptada ao caso do homem, que estava infectado pela doença há, pelo menos, dois meses. Passados 30 dias da aplicação do antibiótico, o paciente poderá retornar à unidade de saúde para saber se a doença foi ou não devidamente tratada.

A utilização de medicamentos é o tratamento mais indicado para a sífilis, conforme o Ministério da Saúde. O maior problema para o tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve realizar controle mensal de cura.

Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer várias partes do corpo ou levar à morte.

As manchas que surgiram nas mãos de Pedro não são o único sintoma da doença. De acordo com o órgão federal, a sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus.

Passado algum tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua se desenvolvendo no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo, inclusive nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Queda de cabelo, cegueira, doença no coração e paralisias também são alguns dos sintomas da sífilis.

Caso ocorra em gestantes, a doença pode causar aborto/ natimorto ou má formação do feto.

É importante ressaltar que somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.

Como prevenir

Por não ter perspectiva de desenvolvimento de vacina, o Ministério da Saúde destaca que prevenção recai sobre a educação em saúde, como o uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros e realização do teste diagnóstico em mulheres interessadas em engravidar.

De acordo com a pasta, a sífilis é caracterizada como uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica. A sífilis congênita consiste na infecção do feto por meio do Treponema Pallidum, transmitida pela via placentária em qualquer período gestacional ou estágio clínico da doença em gestante não tratada ou inadequadamente tratada.

Conforme o órgão federal, a medida mais efetiva para controlar esse tipo de sífilis é assegurar que toda gestante tenha acesso e assistência pré-natal adequada. Para isso, é necessário:

  • Realizar, no mínimo, seis consultas com atenção integral qualificada;
  • Executar o teste VDRL no primeiro trimestre de gestação - ideal na primeira consulta- e o segundo teste por volta das 28 semanas;
  • Instituir o tratamento e acompanhamento adequado da gestante e do seu parceiro, abordando os casos de forma clínico-epidemiológica;
  • Documentar os resultados das sorologias e tratamento da sífilis na caderneta da gestante;
  • Notificar os casos de sífilis congênita 

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