Homem é condenado a 16 anos de prisão por homicídio de travesti em Fortaleza

Vítima foi morta por golpes de faca tipo coifa com quadro de traumatismo abdominal fechado. O caso aconteceu em fevereiro de 2017 no bairro Messejana

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) condenou Josimberg Rodrigues de Abreu a 16 anos e seis meses de prisão pela morte da travesti Beyoncé (nome social), ocorrida em fevereiro de 2017, no bairro Messejana, em Fortaleza. A sentença foi definida nesta sexta-feira, 11, após o julgamento do réu. Também foi definido o pagamento de R$ 20 mil de indenização à família da vítima.

Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A denúncia e a acusação foram feitas pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Claro dos Santos, do Ministério Público do Ceará (MPCE).

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Conforme a 108ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, Beyoncé foi espancada por Josimberg. A travesti foi morta a golpes de faca tipo coifa com quadro de traumatismo abdominal fechado. Ela também foi espancada com socos e pontapés. A vítima chegou a ser socorrida por testemunhas, mas não resistiu.

Durante o júri, o MP do Ceará defendeu que o crime foi cometido por motivação transfóbica. Conforme a sentença de pronúncia, Josimberg agiu com crueldade ao submeter a vítima a intenso sofrimento físico e psíquico.

Ainda foi ressaltado pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Claro dos Santos que a vítima estava desarmada e sob efeito de álcool, o que afastaria a necessidade de emprego dos meios violentos usados no crime e o argumento de legítima defesa defendido pela defesa do sentenciado.

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transxexuais (Antra), 175 pessoas trans foram vítimas de homicídio em 2020. Destas, 22 foram mortas no Ceará. Em 2022, 131 pessoas foram assassinadas no Brasil, uma média de 11 por mês.

Já em 2023, 145 pessoas trans foram vítimas de homicídios. Assim, pelo 15º ano, o Brasil é o país que mais mata trans no mundo, à frente do México e Estados Unidos, por exemplo.

“Os números, provavelmente, são maiores, já que muitos dos casos são subnotificados. No Ceará, em 2022, foram contabilizados 12 assassinatos, o que o torna o terceiro estado da federação a matar mais pessoas trans no Brasil”, pontuou o membro do MP do Ceará.

 

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