Lagoa do Opaia: 2ª etapa é entregue, mas moradores reclamam de lixo

Espaço passou por urbanização durante os últimos meses e conta com novas áreas de lazer e empreendedorismo. Do outro lado, havia acumúlo de lixo às margens do corpo d’água

A segunda etapa das obras na Lagoa da Opaia, no bairro Vila União, foi entregue nesta sexta-feira, 4, pela Prefeitura de Fortaleza. Parte do local ganhou novo piso, quadras esportivas, pista de skate e boxes de empreendedorismo, mas o outro lado do corpo d’água ainda acumulava lixo às margens. Na reta final das eleições, moradores temem paralisação da obra. 

A reforma da segunda etapa durou um ano e dez meses, mas desde o início do ano de 2023 o local passa por revitalização. À época, a principal queixa da comunidade era justamente o acúmulo de lixo e a falta de iluminação.

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“A Lagoa era suja, com matos, bancos quebrados, cheia de buracos nas calçadas, agora tá muito bom. Era só sujeira, lixo, banco quebrado, tudo quebrado, tudo danificado, uma coisa horrível”, conta Dargnete Neta, 52, moradora das imediações da Lagoa há 28 anos.

A primeira etapa da reforma, executada próximo à Areninha da Lagoa do Opaia I, foi entregue em junho deste ano, quando foram inaugurados um novo piso intertravado, mobiliários urbanos e um anfiteatro.

Já esta segunda etapa incluiu uma nova areninha, quadras de vôlei de praia e poliesportiva, pista de skate, boxes de empreendedorismo e piso intertravado.

Sobre o acúmulo de lixo no outro lado da Lagoa, o titular em exercício da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), Roberto Resende, afirmou que além da urbanização é necessária a contribuição dos populares para a manutenção do espaço.

“As pessoas só trazem lixo quando o espaço está descuidado. Quem mais cuida do espaço é a população. A Prefeitura, por mais que tenha fiscalização, não tem perna pra ficar cuidando de todos os espaços da Cidade. Basta a população frequentar o espaço que inibe o uso indevido”, argumenta Roberto.

Com novos equipamentos voltados ao esporte e ao comércio, o espaço começava a ser ocupada durante a manhã, com crianças andando de bicicleta, jogando futsal, dentre outras atividades nas quadras recém-inauguradas.

Quem viu a Lagoa do Opaia anos atrás, comemora a nova possibilidade de lazer para as crianças e adolescentes do bairro. “De uns tempos para cá ela estava esquecida. Era só mato mesmo. Até para andar aqui era ruim, ficava monótono. Agora vai vir gente de fora, agora com mais espaço para as crianças, lazer e outras coisas a mais”, compar Marcos Antônio, 55, que morou por 15 anos próximo à Lagoa.

Além dos equipamentos de lazer, 63 boxes para uso de empreendedores locais foram construídos, além de 54 vagas para estacionamento.

Sujeira seria resultado de descarte irresponsável de lixo

De acordo com moradores da região, o problema do acúmulo de lixo exige intervenção estatal, mas vai além de políticas públicas, pois parte da população insiste em poluir continuamente o local.

“O pessoal pega um lixo e ao invés de colocar no dia de a coleta passar, não. Colocam no canto onde fica acumulando. O pessoal fica colocando antes do dia da coleta e fica aquela sujeira tanto nos polos de lazer, como nas calçadas, na pista. Fica sufocante para a gente”, comenta Dargnete.

O secretário Roberto Resende afirma que a Seinf é responsável apenas pela entrega do espaço, ao tempo que as atividades de limpeza do local competem à Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger).

Em nota, a Secretaria Executiva Regional (SER) 4 afirma que realiza, nesta sexta-feira, 4, os serviços de zeladoria com a capina e varrição no entorno da Lagoa da Opaia.

"A gestão municipal informa ainda que monitora a área de maneira contínua e, desde quarta-feira (02/10), uma equipe realiza o trabalho de educação ambiental a fim de diminuir o descarte irregular às margens da Lagoa Opaia", diz a nota.

 

Além do lixo, quem passou próximo à primeira etapa da Lagoa durante a manhã desta sexta-feira viu uma série de materiais de construção encostados nas árvores, nos postes e sobre o piso. Questionada se havia obra próximo à Areninha I, a Seinf informou que os blocos de tijolo e outros itens que estavam no local estavam sendo utilizados na segunda etapa e serão recolhidos pela equipe de obras.

Ainda de acordo com a pasta, a única intervenção a ser feita nas imediações da primeira etapa é um jardim, cujo local de cultivo das plantas já está cercado.

Investimento de R$ 22 milhões

Com entrega prevista para 12 meses após o início das obras, ou seja, em janeiro deste ano, a reforma da Lagoa só foi concluída dez meses após o prazo estipulado. O investimento inicial da obra era de R$ 16,5 milhões, com recursos do programa Fortaleza Cidade Sustentável (FCS), via Banco Mundial. Em julho, o valor subiu para R$ 19 milhões e agora chegou a R$ 22 milhões.

Durante a entrega da primeira etapa, o secretário da Seinf à época, Samuel Dias, afirmou que os meses a mais não se tratavam de um atraso, mas de um reajuste da Seinf, que percebeu a necessidade de mais melhorias no espaço.

Também questionado sobre o prazo de entrega, Roberto Resende pontuou que os gastos públicos precisam seguir um equilíbrio.

“A Prefeitura de Fortaleza trabalha com a gestão de obras e também a gestão de recursos. A gente tem que ficar conciliando. Se a gente tivesse o recurso todo disponível, a gente tinha terminado em janeiro”, pontuou Resende.

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