Santa Casa realiza primeira cirurgia hepática com uso de ultrassom trans operatório
Equipamento garante maior precisão em procedimentos cirúrgicos; paciente operada passava por metástase hepática após uma primeira cirurgia contra câncer de intestino
10:50 | Out. 01, 2024
A Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza realizou uma operação de alta complexidade durante a última quarta-feira, 25. O procedimento, que consistiu em uma hepatectomia lateral não anatômica, foi a primeira cirurgia hepática com uso de ultrassom trans operatório, equipamento que possibilita maior precisão durante a intervenção cirúrgica.
Além da possibilidade de o médico fazer uma ultrassom durante a cirurgia, o aparelho ajuda a localizar lesões de forma mais rápida, programar de forma mais efetiva a ressecção (retirada de tecido estrutura ou órgão do corpo), diminuindo os riscos de prejuízos para o paciente.
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A paciente apresentava um quadro de metástase hepática, ou seja, a expansão de um câncer do órgão de origem em direção ao fígado. Acompanhada pela Santa Casa há cerca de dois anos, a mulher já havia se operado contra um câncer no intestino e, durante exames de retorno, teve a metástase detectada.
"Apesar de ela ter operado o tumor, às vezes ficam células cancerígenas que ficam circulando, mesmo quando o paciente faz quimioterapia, e podem se alojar no fígado. Foi isso que aconteceu com ela. Tendo em vista que ela estava com essa lesão no fígado, nós decidimos realizar uma hepatectomia lateral não anatômica”, explica o cirurgião especializado em aparelhos digestivos da Santa Casa, Gleydson Borges.
A hepatectomia lateral citada por Gleydson é uma cirurgia na qual se retira parte do fígado, procedimento frequente em casos de câncer no órgão. O complemento “não anatômica” é dado devido ao uso do equipamento de ultrassom, conforme o médico.
Acompanhamento pós-operatório
A metástase na paciente só foi descoberta devido ao acompanhamento pós-operatório realizado na Instituição. A paciente segue sendo acompanhada pela Santa Casa por até cinco anos após a cirurgia, com retornos trimestrais no primeiro ano, de quatro em quatro meses no segundo ano e semestralmente a partir do terceiro ano.
“Esses acompanhamentos são fundamentais para a gente poder garantir a cura do paciente. Porque se acontecer de aparecer um novo surgimento do tumor no local onde foi retirado, isto é, no sítio cirúrgico ou em outro local, uma metástase a distância, nós temos condições de detectar precocemente e poder atuar novamente”, acrescenta Gleydson.
Além de procedimentos hepáticos, a Santa Casa tem uma longa tradição de procedimentos de alta complexidade. Dentre os quadros atendidos pelo hospital, estão tumores de cabeça, pescoço, intestino, pâncreas, estômago e esôfago.