CGD apura suposta omissão de PMs em ocorrência em que PM foi morto no Vila Velha

Viatura em que trafegavam os investigados estava nas proximidades do local onde o crime ocorreu, mas não perseguiu suspeitos. PMs disseram ter optado por fazer abordagem a homem que segurava a arma da vítima

Três policiais militares são alvos de uma sindicância administrativa que apura uma suposta omissão por parte do trio na ocorrência em que o cabo José Heliomar Adriano de Souza Filho, de 42 anos, foi morto a tiros, caso registrado no último dia 12 de maio no bairro Vila Velha, em Fortaleza.

A portaria que anunciou a abertura da sindicância foi publicada na edição desta segunda-feira, 30, do Diário Oficial do Estado, pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD). 

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Câmeras de vigilância mostraram que a viatura em que trafegavam os investigados estava nas proximidades do local onde o crime ocorreu. Os PMs, porém, não seguiram o carro em que era utilizado pelos executores.

Em depoimento à Polícia Civil, os militares afirmaram que optaram por abordar um homem que estava com uma arma de fogo na mão ao lado da vítima. Este homem era o dono do estabelecimento comercial onde estava o cabo no momento em que foi morto.

Foi o próprio PM quem pediu para que ele guardasse a arma, afirmou a testemunha. Os PMs também disseram que, naquele momento, J. Filho, como era conhecido, ainda estava com vida, então, os agentes acionaram o socorro via Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).

Conforme a portaria publicada no DOE, a conduta dos PMs pode configurar, em tese, transgressão disciplinar, além de crime militar.

O assassinato do cabo J. Filho

José Heliomar estava afastado das atividades operacionais da PM. Ele havia sido baleado, ao lado de outros cinco PMs, em 17 de fevereiro no bairro Pirambu. Conforme a CGD, o grupo estava no local em busca de integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV).

O objetivo seria matá-los em retaliação ao assassinato do soldado Bruno Lopes Marques, em 12 de Fevereiro, no bairro Álvaro Weyne. Eles ainda suspeitos de praticar dois assassinatos ocorridos na madrugada do dia 15 de fevereiro nos bairros Cristo Redentor e Carlito Pamplona.

Assim como Bruno, J. Filho também teria sido morto a mando do CV. O POVO mostrou que a região do Grande Pirambu registra em 2024 um confronto entre os faccionados e uma organização criminosa composta por PMs suspeitos de crimes como extorsão.

O conflito teria sido deflagrado após a morte de Fábio de Almeida Maia, o “Biu”, em 31 de janeiro deste ano, em confronto com a Polícia Militar do Rio de Janeiro no Complexo da Penha. Biu era apontado como um dos chefes do CV no Pirambu.

Carlos Mateus da Silva Alencar, conhecido como Fiel ou Skidum, maior liderança do CV do Pirambu, seria o autor intelectual da série de assassinatos contra PMs na região. Ele também está escondido no Rio de Janeiro.

Outro assassinato suspeito de fazer parte do conflito foi o do subtenente Francisco Nazareno Moura Lopes, morto dentro de casa no último dia 16 de setembro, no bairro Barra do Ceará.

No dia 13 de agosto, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou a prisão de dois suspeitos de envolvimento na morte de J. Filho. O inquérito policial que investiga a morte do cabo, porém, segue em andamento.

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