Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, deve passar por reforma

Sindicato dos Médicos do Estado (Simec) já havia denunciado que equipamentos e materiais da unidade estavam sendo remanejados. Prefeitura afirma que intervenção é necessária

A Prefeitura de Fortaleza segue retirando equipamentos e materiais do Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, segundo denúncia do Sindicato dos Médicos do Estado (Simec). Município  frisa que instrumentos estão sendo levados a outras unidades de saúde para viabilizar reforma no local. 

De acordo com Galeno Taumaturgo, titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), materiais e equipamentos estão sendo transferidos da ala antiga do hospital do Conjunto Ceará para outras unidades em razão de uma reforma que deve acontecer posteriormente. Ele não divulgou datas.

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"A ala antiga está bastante deteriorada, problemas elétricos, problemas estruturais, nós estamos fazendo uma intervenção lá para que nós possamos reformar aquele setor", frisa o secretario.

Galeno também pontuou que a ala nova da instituição vai continuar atendendo e que o hospital não vai fechar, destacando que a parte materno infantil vai continuar atendendo "como sempre atendeu".

"A estrutura que está hoje na parte antiga, nós vamos realocar em outros hospitais para que a população não sofra problemas de atendimento na situação materno infantil", diz.

"Nós temos a preocupação com a segurança dos pacientes e profissionais, por isso nós estamos remanejando para outras hospitais, estaremos também entregando o Gonzaguinha da Messejana para que possamos dar toda a assistência e, ao mesmo tempo, reformar uma área que está condenada pela engenharia", completa, frisando que seria "irresponsabilidade" seguir mantendo a ala antiga.

Na última semana o sindicato havia recebido relatos dos profissionais que trabalham no equipamento de que dispositivos essenciais, como a mesa cirúrgica e um aparelho de foco, estavam sendo remanejados para o Hospital Distrital Gonzaga Mota, o Gonzaguinha de Messejana, que será reinaugurado.

Em entrevista naquela época ao O POVO, Max Ventura, presidente do Simec, informou que o Nossa Senhora da Conceição enfrentava um "desmonte" enquanto apresentava condições precárias. 

No período da primeira denúncia, a pasta de saúde municipal negou desmonte e informou que a unidade seguia "com seu funcionamento diário para os casos de urgência e emergência obstétrica".

Contudo, na última terça-feira, 24, o Sindicato recebeu fotos que apontavam que a Prefeitura ainda seguia remanejando materiais e equipamentos do Hospital Nossa Senhora da Conceição.

No mesmo dia, o Simec publicou uma nota em seu site oficial fazendo uma nova denúncia a respeito do caso e lamentando o posicionamento do Município em prosseguir com a retirada dos materiais. 

Ministério Público acompanha caso

O Simec encaminhou ofícios à Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), ao Ministério Público do Estado (MPCE) e ao Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), requisitando esclarecimentos sobre a retirada de materiais e solicitando uma vistoria no Hospital Nossa Senhora da Conceição.

Em nota encaminhada ao O POVO nesta quarta-feira, 25, o MPCE informou que monitora a situação da unidade de saúde por meio da 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, "através de um procedimento administrativo", no qual acompanha também a necessidade de realização de reforma do equipamento.

"Após o recebimento da denúncia do Sindicato dos Médicos do Ceará sobre uma possível transferência de equipamentos da unidade para o Hospital Gonzaguinha de Messejana, o MPCE solicitou esclarecimentos sobre a situação à Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social que gere o hospital, tendo esta até o dia 9 de outubro para responder ao MP do Ceará. Na manhã da próxima segunda-feira (30/09), está prevista, ainda, uma visita da 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza à unidade, a fim de atestar a veracidade de denúncia", destacou órgão em nota.

Já o Cremec, em ofício encaminhado nesta terça-feira, 8, informou que, de acordo com o departamento de fiscalização do órgão, "foi constatado que a instituição encontra-se em condições de prestar assistência à saúde da população".

Já a SPDM informou que "não é responsável" pelas decisões que estão sendo tomadas, pois "são alinhamentos da gestão municipal", e destacou que está "à disposição do Ministério Público para prestar informações". 

Atualizada às 18:30min da terça-feira, 8 

 

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