Alunos de escola de artes restauram salão principal de palacete histórico

Restauro está sendo realizado por integrantes da turma do curso de Conservação e Restauração da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho

Com os olhos atentos, materiais em mãos e o cuidado em fazer um bom trabalho, os alunos do curso de conservação e restauração da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho realizam o restauro do chamado salão azul do palacete histórico localizado no bairro Jacarecanga, em Fortaleza.

Durante o mês de setembro, a turma de 15 alunos faz o restauro das pinturas decorativas que dão vida ao salão principal e o espaço do Ateliê da Conservação da Escola de Artes e Ofícios. O trabalho deve ser feito dentro do tempo de curso.

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Conforme Carolina Alves, que presta assessoria à coordenação pedagógica do curso de conservação e restauração e ex-aluna da casa, normalmente o trabalho dos alunos é feito em outros locais — como é o caso da cripta da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, no bairro Benfica. Pelo entendimento de que as pinturas devem ser preservadas não só por uma questão estética, o local escolhido para os trabalhos foi o palacete histórico.

“Nós temos o salão principal, chamado de salão azul, que tem pinturas parietais que precisam ser conservadas passando por uma manutenção. E por entendermos que não é só uma questão estética, estamos aplicando técnicas de restauro de pinturas tradicionais com os materiais apropriados, conservando a alvenaria, a estrutura da edificação em si e o imóvel de modo geral”, explica.

Sob a supervisão do professor Merlin Alves, os alunos cuidadosamente realizam cada uma das etapas para que as flores, os arabescos e as pinturas que lembram madeira tenham cada detalhe sendo bem feito.

Alves contou que, a priori, faz-se uma análise para identificar as patologias que o local apresenta, as figuras — se são arabescos, flores ou madeira —, a estabilização de partes frágeis e depois preencher o que estava com perda com massa e nivelar. Veja fotos: 

“Depois se higieniza novamente e fazemos a reintegração da policromia, tentando alcançar o tom original para fazer o ajuste no desenho”, comentou. “O processo total às vezes é indeterminado, mas evitamos trabalhar de forma excessiva em um único lugar e conseguir focar os momentos de aula em devolver a harmonia estética do local, que é justamente a proposta do curso”.

Cada etapa do restauro precisa de atenção e é necessário que as técnicas repassadas em aulas teóricas sejam bem aplicadas. Oscar de Queiroz, aluno da escola de artes e ofícios, conta que a experiência tem sido prazerosa por aprimorar os conhecimentos já desenvolvidos no curso de iniciação em restauração em papel, escultura e tela. “Tem sido muito interessante aprimorar o aprendizado que já tive no curso de iniciação, pude aprender uma técnica específica que eu ainda não tinha visto no curso anterior e ver como cada técnica se conecta”, relata.

Para além da formação, o descobrimento de uma paixão

Perto de completar 95 anos de existência, o palacete é tombado pelo Governo do Ceará. Em 2002, a estrutura predial foi restaurada pela primeira turma do curso de conservação da Escola, quando a mesma era chamada de Centro de Restauro do Ceará.

O equipamento público realiza ações pedagógicas para contribuir com políticas públicas de promoção, preservação e valorização do patrimônio histórico e cultural material e imaterial do Estado.

A coordenadora pedagógica da escola de artes e ofícios, Francineide Chaves, diz que para além da formação, a proposta dos cursos é proporcionar aos jovens a descoberta de suas paixões.

“Muitos alunos chegam aqui tímidos e ao longo do tempo, quando vão se descobrindo dentro do curso, eles saem com a autoestima elevada, procuram um direcionamento para encontrar uma profissão que não necessariamente precisa ser de restaurador ou gravurista, por exemplo, mas seguem em áreas como a história, a arquitetura, as pesquisas, enfim, se descobrem onde se sentem realizados, e isso para nós é gratificante”, descreve a gestora.

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