Grande Mucuripe: comunidade enfrenta problemas de mobilidade com elevador sobre trilhos abandonado

A operação do equipamento iniciou em agosto de 2020, durou quatro meses e, conforme contam os moradores da comunidade Castelo Encantado, não funcionou mais

“Até que enfim alguém veio olhar isso aqui”. Foi o que disse um morador da comunidade Castelo Encantado, no Grande Mucuripe, quando viu que o elevador sobre trilhos – que iniciou suas operações em 2020 por apenas quatro meses – era observado no local pela equipe de reportagem do O POVO. A Secretaria da Gestão Regional informou que será aberto um processo de licitação para a substituição do meio de locomoção.

O equipamento foi instalado no local por meio de uma parceria do Ministério do Turismo com a Prefeitura de Fortaleza para auxiliar na locomoção de pessoas com problemas de mobilidade a saírem do térreo da avenida Vicente de Castro até o topo do Mirante. 

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O elevador sobre trilhos está cheio de entulhos. Uma das formas de se locomover pela comunidade é usando as escadarias que tem pelo local ou a improvisada que fica ao lado da Escola de Gastronomia do Mucuripe, que é totalmente sem acessibilidade.

A operação do equipamento iniciou em agosto de 2020. A obra é uma realização da Prefeitura de Fortaleza e do Ministério do Turismo do Brasil e fazia parte de ações de requalificação da área.

O pescador Jonas da Cruz, de 65 anos, todos os dias precisa descer as escadas para chegar ao mar e iniciar mais um dia de trabalho. Ele relatou que ano passado sofreu um infarto e por isso, seguindo recomendação médica, não deveria subir e descer escadas para evitar o cansaço.

“Eu subo e desço as escadas todos os dias de madrugada. Chego lá em cima fico cansado por conta do meu problema de coração, tenho um stent no meu coração por causa do infarto. Isso aqui durou quatro meses funcionando, agora não funciona mais, funcionou e parou", relatou o pescador.

"A Prefeitura montou isso aqui e nunca veio fazer uma manutenção, pelo menos nunca vi. Quando funcionava, demorava uns dez minutos para subir e para descer, era lento. Em parte era muito bom porque facilitava o nosso deslocamento, agora não tem nada”, disse Jonas da Cruz encostado numa parede enquanto observava o elevador parado.

Um outro morador, que preferiu não se identificar, tem problemas de locomoção e diz que sente falta de uma estrutura que melhore a mobilidade por ali. Um idoso, que passava pelo local, disse ainda que o equipamento é “de fachada” e que a comunidade sofre com a falta de acessibilidade para pessoas com problemas de locomoção e para idosos que têm mobilidade reduzida.

“Esse elevador ficou aí parado, desceu e por aqui ficou. A gente precisa, tem, mas não funciona. É muito descaso com a comunidade”, relatou o homem que também não quis se identificar.

O que diz o poder público

Em nota, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) informou que realizou uma vistoria técnica no elevador sobre trilhos que fica no local e constatou a necessidade da substituição do equipamento.

"A abertura de um processo de licitação para a instalação de um novo aparelho está em fase de análise. Para registrar solicitações de serviços públicos, os fortalezenses podem ligar para o telefone 156 ou por meio das Centrais de Acolhimento das Secretarias Regionais", informou a nota. 

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