Pela primeira vez no NE, congresso de jornalismo ambiental começa a ser realizado em Fortaleza

O evento segue até este sábado, 21. As inscrições ainda estão abertas

Com a presença de jornalistas, estudantes e pesquisadores, a oitava edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA) começou a ser realizada na manhã desta quinta-feira, 19, na Universidade de Fortaleza (Unifor), localizada no bairro Edson Queiroz, na Capital. O evento, realizado pela primeira vez no Nordeste, segue até este sábado, 21. As inscrições ainda estão abertas.

"O congresso é oportunidade para a gente reunir os próprios jornalistas que atuam com pautas ambientais, além de atrair mais jovens jornalistas e estudantes para a compreensão de pautas ambientais", destaca Dal Marcondes, presidente da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) diretor executivo do Instituto Envolverde e um dos responsáveis pela organização do evento.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

De acordo com ele, em 2005, quando a primeira edição do evento foi realizada, o objetivo era fazer com que os jornalistas com foco em pautas ambientais se conhecessem. "Hoje, o objetivo é diferente, porque a pauta ambiental já não é mais apartada das outras pautas. Você não pode mais abordar uma pauta de economia, cidades ou ciência sem fazer uma conexão com a pauta ambiental".

"Então, o interesse do congresso hoje, além de fazer criar uma conexão entre os profissionais, é mostrar para os jornalistas que a pauta ambiental não é mais uma pauta apartada das outras", continua.

Maristela Crispim, professora de jornalismo da Unifor, editora-chefe da Agência Eco Nordeste, integrante da RBJA e uma das organizadoras do evento, destaca que os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidos na vida da pessoas, o que aumenta ainda mais a relevância da cobertura de pautas ambientais.

"O Brasil já vivenciou uma crise muito grande em maio deste ano, no Rio Grande do Sul, e, agora, as queimadas que, neste ano, estão muito mais severas. Então, em um momento como esse, o jornalismo que cobre meio ambiente e suas complexidades se faz muito mais necessário", pontua.

O presidente da RBJA também destaca a importância de realizar o evento, pela primeira vez, no Nordeste. "[A região] tem muito a oferecer do ponto de vista de recursos naturais, genéticos e biológicos para que o País e o mundo enfrentem esse novo normal [...] a integração do jornalismo ambiental com o jornalismo nordestino é fundamental até mesmo para que os jornalistas aqui da região compreendam que eles têm um papel super importante na captura dessas informações".

Maristela entende que a realização do evento no Nordeste também pode servir como uma forma de destruir estereótipos sobre a região. "Falar sobre caatinga e colocar nosso bioma na agenda ambiental do País é muito importante. A gente sabe que a Amazônia é nosso bioma mais estratégico, que extrapola o Brasil e é fundamental para o equilíbrio térmico do planeta, mas a gente também tem outros biomas".

"E, a caatinga é tão importante quanto. É um ambiente resiliente e sensível, que tem sido extremamente degradado ao longo dos anos. É importante que a gente conheça e valorize para preservar", acrescenta.

Um dos desafios que o jornalismo ambiental enfrenta, de acordo com Samira de Castro, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), é fazer com que as informações cheguem para o público geral e não fiquem retidas apenas para pesquisadores e ativistas da causa ambiental.

Outra questão, observada por Samira, é a necessidade de fazer ligações diretas entre os fenômenos que acontecem com a questão ambiental. "Apenas dizer que uma enchente aconteceu é muito pouco para a gente puder explicar os fenômenos. Também precisa de uma cobertura em profundidade".

"Nós estamos, agora, enfrentando uma onda de calor extremo no Brasil e uma seca terrível na amazônia. Esses são temas interligados, que a gente precisa levar para a sociedade de uma forma geral. Por exemplo, estamos em eleição. O que o seu candidato ou candidata fala sobre a questão climática, qual a proposta dele?", questiona.

Vagner Borges, coordenador do curso de jornalismo da Unifor, ainda ressalta a importância do evento para os estudantes e para o próprio mercado local. "Quando a gente tem um congresso desse locado para cá, a gente cumpre o papel como curso, como instituição de [trazer] para o nosso entorno e para o nosso mercado a discussão no nível que o congresso oferece".

Serviço

Onde se inscrever? pelo Sympla
Local do evento: Auditório do Teatro Celina Queiroz, bloco T - Universidade de Fortaleza
Mais informações: @rbja_jor

Programação

Quinta-feira, 19

  • 14h00 - O Jornalismo Ambiental nos meios digitais
    • Stefano Wrobleski (InfoAmazonia/RBJA)
    • Maristela Crispim (Eco Nordeste/Unifor/RBJA)
    • Paulo André Vieira (((o))eco)
    • Dal Marcondes (Envolverde/RBJA)
  • 15h00 - Oficina - Cobertura nos Biomas do Brasil: Caatinga
    • Maristela Crispim (Eco Nordeste/Unifor/RBJA)
  • 16h00 - Oficina - Reinvenção do jornalismo científico
    • Felipe Lima (Funceme)

Sexta-feira, 20

  • 09h30 - Os grandes temas da cobertura ambiental no Brasil (Híbrida)
    • Kátia Brasil (Amazônia Real/RBJA)
    • Juliana Arini (Secretária da Câmara Setorial Temática do Estado de Mato Grosso/RBJA)
  • 10h30 - A pauta ESG e o Jornalismo Ambiental corporativo
    • Dal Marcondes (Envolverde/RBJA)
    • Magda Maya (Doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente/fundadora da Beeosfera/Escritora)
  • 14h00 - Oficina - Diários do Clima
    • Stefano Wrobleski (InfoAmazonia/ Diários do Clima/RBJA)
    • Paulo André Vieira (((o))eco/ Diários do Clima)
  • 15h00 - Oficina - Desafios do jornalismo independente, investigativo e sem fins lucrativos
    • Kátia Brasil (Amazônia Real/RBJA)
  • 16h00 - Oficina - Cobertura nos Biomas do Brasil: Mata Atlântica
    • Afra Balazina (Fundação SOS Mata Atlântica/RBJA)
    • Marina Vieira Souza (Fundação SOS Mata Atlântica)

Sábado, 21

  • 09h00 - Oficina Modelagem de negócios no Jornalismo Ambiental
    • Dal Marcondes (Envolverde/RBJA)
  • 10h00 - Jornalismo ambiental na era dos extremos
    • André Trigueiro (Rede Globo/RBJA)
  • 11h30 - Encerramento
    • Dal Marcondes (Envolverde/RBJA)
    • Maristela Crispim (Eco Nordeste/RBJA)

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar