Depois de quase dois anos preso por morte de PM, homem tem inocência provada por selfie

O homem, preso ainda em 2021, estava a 10 quilômetros do local onde o policial foi morto, de acordo com uma selfie enviada por ele à namorada

08:52 | Set. 17, 2024

Por: Gabriel Damasceno
Depois de quase dois anos preso por morte de PM, homem tem inocência provada por selfie (foto: Reprodução/TJSP)

Um homem de 33 anos que estava preso por quase dois anos, suspeito de estar envolvido na morte de um policial militar na cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo, foi inocentado por causa de uma selfie que comprova que ele não participou do crime, ocorrido em setembro de 2021. As informações são do portal UOL.

O homem, preso ainda em 2021, estava a 10 quilômetros (km) do local onde o policial Rosa Froes, 43, foi morto, de acordo com uma selfie enviada por ele à namorada. Na ocorrência do crime, o militar estava em uma motocicleta quando foi abordado por criminosos. Ele reagiu e acabou sendo morto.

Durante as investigações, os policiais identificaram que o carro utilizado pelos criminosos estava localizado no nome de um homem identificado como B.J, que também foi preso. Ele alegou que teria emprestado o veículo para um amigo apelidado de 'bode' ou 'alemão', que teria conhecido em 2016 na prisão.

Na decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) entendeu que a polícia associou 'bode' ou 'alemão' ao suspeito preso sem nenhum fundamento. De acordo com o Tribunal, os investigadores passaram a encarar a vítima como 'comparsa' de B.J porque os dois haviam sido presos juntos em 2014.

"Restou evidenciado que o acusado realmente estava em local diverso [ao do assassinato], pois havia uma selfie e a localização do aparelho celular apontava para endereço diverso ao do fato criminoso num horário aproximado ao dos fatos", diz trecho da sentença.

O homem inocentado pela selfie foi preso temporariamente em setembro de 2021. Tempos depois, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que pediu para converter a prisão para preventiva, o que foi acatado pelo TJ-SP.

Após a prisão, a defesa entrou com um pedido de absolvição em posse das provas. Em julho de 2023 e em outubro foi inocentado em primeira instância. Em 15 de agosto deste ano, a MP encerrou o processo, o que confirmou a absolvição total do indivíduo.

Ao UOL, o advogado Marcos do Nascimento, que defendeu o preso, alegou que o Estado de São Paulo deveria indenizar a vítima pelo "período perdido [que] ele não vai recuperar".