Mulher de 28 anos morre durante desocupação de terreno no Carlito Pamplona

Vítima chegou a ser levada a uma unidade hospitalar, mas não resistiu aos ferimentos; moradores fazem manifestação e cobram justiça pela morte da jovem

12:02 | Set. 10, 2024

Por: Kleber Carvalho
Populares realizaram manifestação pedindo justiça pela morte da vítima (foto: Fábio Lima)

Uma mulher de 28 anos morreu após ser baleada durante a tentativa de desocupação de um terreno no bairro Carlito Pamplona, na manhã desta terça-feira, 10. A vítima chegou a ser atendida em uma unidade de saúde do bairro Pirambu, mas não resistiu aos ferimentos. 

O conflito começou quando seguranças contratados por uma empresa privada, proprietária do terreno ocupado por grupo de moradores, teria iniciado a desocupação durante a madrugada, conforme a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Um grupo de pessoas colocou fogo em entulhos e vegetação em vias do bairro. 

O terreno estava sendo ocupado por populares há cerca de 15 dias. O POVO apurou que a vítima não era moradora da ocupação, mas estava na rua próxima ao local porque foi atrás do marido que estava dentro do terreno.  

Ela estava na rua no entorno, na travessa José de Morais, conhecida como "Aldeia".

Após a morte, moradores da região realizaram uma manifestação nos arredores da ocupação cobrando justiça pela morte da mulher. Ônibus que circulam na região do Grande Pirambu tiveram desvios de rotas ou pararam de circular temporariamente. 

A SSPDS afirmou que três pessoas foram identificadas por equipes da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) e foram ouvidas no 34º Distrito Policial, localizado no bairro Farias Brito. As investigações serão transferidas para o 1º DP, no bairro Ellery, unidade que dará prosseguimento às investigações para identificar o envolvimento dessas pessoas nos crimes, bem como elucidar os fatos.

As circunstâncias da morte estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que também esteve no local, ainda conforme a SSPDS

Empresa dona do terreno nega violência na ação

A empresa Fiotex, dona do terreno, nega que houve violência durante a ação de desocupação. 

Em nota, a Fiotex informa que no fim da tarde de sexta-feira, 6, a Polícia Militar do Ceará emitiu ofício sobre a demarcação irregular do terreno. No mesmo dia, de acordo com a empresa, foi registrado um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial, no Centro.

“Na madrugada desta terça-feira (10), a empresa adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal. Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas”, informa a nota.

O texto relata ainda que a equipe “foi surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores”.

Ainda de acordo com a nota, o trator usado na ação foi destruído e incendiado, deixando dois colaboradores feridos. Os mesmos foram encaminhados para uma unidade hospitalar da rede particular de saúde.

“A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas. A empresa é proprietária do terreno há mais de 20 anos. O imóvel está registrado na matrícula 3507 do Cartório da terceira zona”, finaliza.

 

 

Atualizada às 16h23min

Com informações da repórter Mirla Nobre