Grito dos Excluídos reúne centenas de pessoas na Capital cearense

Centenas de pessoas caminhavam pelas vielas e ruas do Centro e da tradicional Praia de Iracema, um dos maiores pontos turísticos da cidade

O Grito dos Excluídos completou três décadas em 2024. Criado pelas pastorais da Igreja Católica e abraçado pelos movimentos sociais e sindicais da sociedade civil organizada, a ação, que agora completa 30 anos de contestação, reuniu vários grupos de pessoas na tarde deste sábado, em caminhada.

A partida teve início no Passeio Público, a tradicional Praça dos Mártires. De lá, o movimento seguiu pelas laterais do forte de Shoonemborg (fundação da cidade), passando pelo Mercado Central, até chegar ao Poço da Draga, na Praia de Iracema.

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O clima foi de protesto. Não faltaram palavras de ordem, enquanto centenas de pessoas caminhavam pelas vielas e ruas do Centro e da tradicional Praia de Iracema, um dos maiores pontos turísticos da cidade.

Em tempos de eleição, partidos políticos e seus candidatos e candidatas, ligados à ala mais progressista da sociedade, aproveitaram o momento para expressar suas propostas e reivindicar suas ideias. Não faltaram as mais diversas e contestas falas.

Sempre ligado ao movimento e na luta por uma sociedade mais igualitária, padre Ermano Allegri se fez presente, como em vários anos do evento. Segundo ele, é importante destacar o valor e a necessidade de vários direitos da sociedade.

“Precisamos emitir nossa voz aos poderes públicos. Nossos direitos ainda são negados. Em primeiro lugar temos a questão do trabalho, em segundo lugar, a inclusão social. Vidas Importam!”.

“Se encontrar nesse momento, significa. Essas são todas as reivindicações que fazemos ao longo do ano. Não é de hoje. Cada vida tem o seu valor. Se encontrar nesse momento significa recolocar todas as reivindicações ao longo do ano. Para termos uma sociedade justa e humana, temos que ter uma normalidade e o respeito com as pessoas em todos os setores”.

Quem também esteve presente ao evento foi o estudante de Letras, Ruan Cândido. “É muito importante para a classe trabalhadora e para nós, estudantes, estarmos presentes para reivindicar nossos direitos”.

Assim como Ruan, irmã Elizabeth Leite, do Movimento Grito Pela Vida, se fez presente ao evento. “Nós precisamos unir forças por políticas públicas. Trabalhamos pelo enfrentamento ao tráfico humano, em todas as suas modalidades,, principalmente crianças e mulheres. Essas três décadas são muito positivas. Todas as pastorais sociais lutam por uma vida mais digna”.

Para Fernanda Gonçalves de Sousa, o Grito dos Excluídos é muito importante por conta do surgimento das Comunidades Eclesiais de Base, que fazem uma crítica muito importante sobre as desigualdades sociais que afetam a nossa sociedade.

“A nossa periferia é condenada a uma histórica exclusão, sem perspectiva de vida, de sonhos, de projetos e de futuro. “Precisamos conseguir isso, a médio e a longo prazo. As vidas negras, as vidas periféricas das mulheres, da população LGBT e das crianças, aparentemente não tem valor na nossa sociedade. Precisamos lutar por políticas públicas. Essa ação é um movimento organizado pela Igreja Católica, mas é um movimento político”, destaca ela

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