Desfile de 7 de setembro une público cativo da solenidade aos frequentadores da Beira Mar
A avenida na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, reuniu curiosos e frequentadores locais para manhã de celebração da Independência do Brasil
14:02 | Set. 07, 2024
A servidora pública Daiane Gomes, 26, não esperava encontrar o desfile cívico-militar na avenida Beira Mar de Fortaleza quando saiu de casa para se exercitar na manhã deste sábado, 7. A celebração, que ela fez questão de acompanhar, marca os 202 anos de Independência do Brasil.
“É a primeira vez (que assisto) em 26 anos, acredita? Sempre morei em Fortaleza, mas nunca tinha vindo assistir esse desfile cívico aqui”, explica, antes de apontar para sua roupa — uma blusa e um short para academia. “Aos finais de semana, eu sempre venho fazer atividade física aqui (na avenida), e nem estava lembrando”.
Faltavam cinco minutos para as 9 horas quando Daiane estava recostada em uma árvore para evitar o sol, e ainda era possível sentir o cheiro do fogo simbólico da Pátria, aceso na abertura do desfile de 7 de Setembro.
O cortejo começou por volta das 8h40min e contou com a presença do governador Elmano de Freitas (PT). “Temos que ser muito gratos aos antepassados que dedicaram suas vidas para que esse País tivesse a integridade territorial, (e fosse) um País pacífico, com um povo ordeiro, que acolhe as pessoas de todas as partes do mundo”, declarou ao O POVO.
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Público diversificado marca desfile de 7 de setembro
Na avenida Beira Mar, o público se misturava. Na grade que separava os participantes dos observadores, encontravam-se desde curiosos, que chegavam da praia ou puxavam bicicletas à tiracolo, até participantes leais, como Josiel Cardoso, 35.
O assistente de departamento pessoal, que mora na Região Metropolitana de Maracanaú, percorre os cerca de 25,49 quilômetros de distância até Fortaleza para, em suas palavras, encontrar um momento de estar “servindo bem a nossa pátria”.
“É o décimo ano consecutivo que eu venho. Onde a gente mora, na Região Metropolitana, é um pouco mais difícil, então a gente gosta de vir (para Fortaleza) e assistir em família”, explica.
A tradição, que Cardoso passou ao filho, começou com a sogra. “É a sétima vez que ele (o filho) vem pro desfile. Como cearenses, como brasileiros, a gente deve dar importância a esse momento”, destaca.
Foi também pensando na família que a vendedora Gleiciane Araújo, 35, colocou uma blusa verde e amarela e decidiu assistir ao desfile cívico-militar pela primeira vez. O motivo está a alguns metros de distância: é a sua filha, Karen, de 16 anos, que desfilou representando o Colégio Estadual Justiniano de Serpa.
“Ela estava bastante empolgada e acordou muito cedo para estar aqui”, revela. “Na verdade, o que mais me fez estar aqui foi a dedicação dela e a empolgação, me mostrando os passos”.
A jovem fez parte da primeira escola a se apresentar na cerimônia e, ao ser questionada sobre as suas impressões, Gleiciane deixou a timidez de lado e elogiou a filha: “Fica o orgulho, a sensação de dever cumprido, né? Ela está seguindo o caminho correto”.
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Preparação para o desfile de 7 de setembro
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) contou com 1.439 participantes, incluindo alunos do 1º Colégio da Polícia Militar General Edgard Facó (CPM-GEF) e dos projetos sociais com civis. Além disso, apresentou um reforço de 291 policiais militares para a segurança do público, distribuídos em pontos específicos do evento.
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) apresentou um efetivo de 78 policiais civis presentes no desfile.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) também marcou presença com 290 bombeiros militares e 16 viaturas. Já a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) teve a participação de 20 representantes.