Nutricionista vítima de importunação em elevador se posiciona após empresário virar réu
De acordo com Larissa, por meio da exposição dela, outras mulheres tiveram coragem de denunciar o empresário
22:43 | Ago. 31, 2024
Larissa Duarte, nutricionista que foi assediada dentro de um elevador em Fortaleza, se posicionou após a Justiça cearense tornar o empresário Israel Leal Bandeira Neto, réu em um novo processo por crime sexual. De acordo com Larissa, por meio da exposição dela, outras mulheres tiveram coragem de denunciar o empresário.
“Não é fácil você lidar com essa situação, mas nós, como mulheres, temos que estar sempre apoiando umas às outras. Através da minha denúncia essas mulheres se sentiram encorajadas a denunciar”, disse a nutricionista ao O POVO durante evento político na tarde deste sábado, 31.
Larissa é candidata a vereadora de Fortaleza pelo partido União Brasil.
A nutricionista disse que espera que a “Justiça seja feita”, visto que, o empresário deveria cumprir medidas cautelares, contudo, “o mesmo estava em uma festa que ele não poderia ir”, disse.
“Espero que o Poder Judiciário tome providências cabíveis e que a Justiça seja feita, tanto por mim, quanto por essas duas vítimas e, possivelmente, até outras vítimas que ele possa ter feito mas que não denunciou, infelizmente”, destacou.
As duas vítimas mencionadas por Larissa denunciaram o empresário por importunação sexual. De acordo com denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o homem teria apalpado mãe e filha na saída de um aniversário ocorrido em 18 de dezembro de 2022.
Na ocasião, o réu, as vítimas e uma terceira mulher, que acompanhava Israel, estavam no elevador quando ele teria tocado por diversas vezes as nádegas das denunciantes.
Conforme o relato das vítimas ao MPCE, Israel ainda teria apalpado a dupla depois que elas deixaram o equipamento, quando ambas se dirigiam aos seus respectivos carros. Uma das testemunhas ainda afirma ter indagado o empresário, questionando-o se ele estava louco.
A defesa de Israel, contudo, negou que ele tenha praticado o crime de cunho sexual. O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) estipulou o prazo de dez dias para o réu e a defesa apresentarem posicionamento sobre o caso.
“A defesa de Israel Leal afirma que ainda não tomou conhecimento da denúncia. Informa que na investigação a única testemunha que analisou o vídeo do fato ocorrido, no caso a síndica do prédio, informou em depoimento que não houve qualquer postura inadequada por parte do investigado. A defesa destaca que as supostas vítimas não registraram boletim à época dos fatos e que Israel provará sua inocência nesse caso”, disse a defesa, em nota encaminhada ao O POVO.