Parque do Cocó volta a receber atividades de lazer aos domingos

O projeto "#VemproParque" acontece todo domingo, com atividades gratuitas das 8 às 12 horas

O Parque Estadual do Cocó, um dos maiores parques urbanos da América Latina, segue como um refúgio para os fortalezenses em busca de contato com a natureza e atividades ao ar livre. Depois das ações de férias, neste domingo, 25, a iniciativa “#VemproParque - O Cocó é nosso” atraiu visitantes para uma programação gratuita, com atividades como dança, futebol e os tradicionais piqueniques.

O programa dominical, agora realizado semanalmente, recebe famílias, amigos e os entusiastas dos exercícios físicos para participar das atividades oferecidas.

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José Gerônimo Sinclair, aposentado, considera o Cocó essencial para sua saúde e bem-estar. “Depois que me aposentei, tive uma certa depressão, e o que me curou foi a atividade física. Hoje, eu pedalo, nado, danço, e para mim, sair é a melhor terapia,” revela.

Sinclair destaca o valor do contato com a natureza, ressaltando que a trilha, o passeio de barco e as aulas de dança são exemplos de como o espaço contribui para sua qualidade de vida. "Por conta do contato com a natureza, a gente se sente muito bem, tanto mentalmente quanto fisicamente. Esse ar puro...", suspira o aposentado.

A operadora de produção Natália Silva também vê o parque como um cenário acolhedor, não só para botar os exercícios em dia, mas para momentos em família. “Trouxe meus filhos para passear. Tenho três meninos, e dois estão por ali brincando” comenta, segurando o caçula de sete meses no colo enquanto aponta para a área de recreação à frente. Ali, seus outros filhos, um de sete e outro de 10 anos, se divertem no escorregador e no balancê.

Natália ocupa o local prioritariamente para piqueniques e para proporcionar aos filhos o contato com a natureza. “Não venho muito para os eventos. Eu gosto mesmo é de fazer piquenique com as crianças", afirma.

Maria Cândido chegou cedo para a yoga. Com a intenção de se reconectar com a natureza, encontrou na aula uma boa oportunidade. Ela menciona como a prática ao ar livre, rodeada pela vegetação, transforma a experiência, oferecendo um novo nível de relaxamento e foco. “Aqui, a yoga ganha uma nova dimensão. É muito diferente do que fazer em casa ou em alguma calçada, rodeada de concreto”, salienta.

Oásis de natureza em meio à agitação da cidade, o Parque Estadual do Cocó é o maior parque natural em área urbana do Norte/Nordeste e o 4º da América Latina. Com mais de 1.500 hectares, abriga uma rica biodiversidade, que inclui manguezais, dunas, restingas e mata de tabuleiro.

Criado pelo decreto estadual nº 20.253 em 5 de setembro de 1989, enfrentou vários desafios para a consolidação legal, incluindo invasões e falhas na regularização fundiária, com decretos de desapropriação que caducaram. Em 4 de junho de 2017, foi oficialmente regulamentado.

O servidor público Irismar da Silva se sente parte da trajetória do ambiente em questão, que faz parte de sua vida cotidiana. Há mais de sete anos, aos domingos, das 8h da manhã ao meio-dia, ele dança zumba ou qualquer outro ritmo que tocar por lá.

"Antes, as aulas eram particulares, aqui embaixo tem esse cajueiro, e eu vinha participar. Aí depois, o Estado resolveu bancar essa ação", explica

"Hora dessas antes eu estava na Praia do Futuro, bebendo. Segunda-feira, ressaca. Aí descobri aqui, me aventurei, dando os primeiros passos. E fui gostando, fui gostando. Hoje eu danço. E danço razoavelmente bem", ri.

Tem, ainda, aqueles cuja dança não é a atração mais cativante. Marta Gonçalves, funcionária pública que levou seu neto para um passeio, sugere que o espaço poderia oferecer mais opções para os idosos. Segundo ela, há um vasto terreno disponível que poderia ser melhor aproveitado com uma ampliação das atividades.

"É usar a criatividade. E eu acho que tem muitos profissionais aí, tanto da saúde, como de atividade física que poderia integrar. Eu acho que poderia ter mais outras oficinas, aqui tem muito espaço pra ser explorado", defende ela.

Já a professora Silvia Cátia, que mora na Barra do Ceará, gostaria de ter um ambiente semelhante, mais próximo de casa e bem estruturado para receber as famílias. Ela trouxe os parentes para desfrutar de um dia ao ar livre, mas sente falta de mais alternativas em outros bairros.

"A gente mora no litoral, mas não temos acesso a uma pracinha, a um local tão arborizado para a criança brincar, para levar realmente a criança para curtir essa parte da infância. É muito carente nesse sentido", constata.

Silvia lembra com saudade de uma época em que as crianças podiam brincar livremente nas ruas. Segundo ela, a crescente violência tornou esse tipo de diversão inseguro, acentuando a necessidade de áreas de preservação na cidade. Para Silvia, esses locais oferecem uma alternativa segura e vital para o lazer e o bem-estar das novas gerações.

"Mesmo assim, é muito legal. É um deslocamento considerável, mas a gente tem a oportunidade de ter um carro, de ter um transporte. E quem não tem?", indaga.

Possibilidade de expansão das atividades e estratégias para manter um espaço sustentável

 O objetivo do programa “Vem Pro Parque” é revitalizar e expandir as atividades oferecidas nas áreas verdes, esclarece Gustavo Vicentino, Secretário Executivo de Planejamento e Gestão Interna da Semace.

Ele explica que a intenção é estender o programa para outros lugares da Grande Fortaleza, como Caucaia, com o Parque Botânico, além do interior do estado, a exemplo do Crato, com o Parque Sítio Fundão além de unidades de conservação no município de Juazeiro do Norte.

"A gente está pensando em cada unidade de conservação, as suas próprias aptidões, o que a gente tem de potencial em cada unidade para desenvolver um contrato de gestão ou outros modelos de execução que sejam adequados a cada uma", informa.

De acordo com o secretário, a equipe planeja reintegrar atividades populares como arvorismo, tai chi chuan, tirolesa e escalada. 

Além disso, ele destacou a importância de promover uma cultura ambiental e de sustentabilidade entre a população, especialmente para os moradores das áreas adjacentes, pois a proximidade e a ação humana exercem um impacto significativo na preservação do ambiente natural.

"A gente vai ter visitação de pelo menos uma escola a cada quarta, quinta e sexta, a gente ainda está vendo quais são as possibilidades e as limitações relativas às finanças e à própria capacidade de carga do parque de recepcionar essas pessoas, porque a parte da educação ambiental para as crianças é fundamental", assegura.

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