Marcha Pelo Clima Ceará leva população às ruas neste sábado, 24; veja fotos
Realizada nas edições anteriores na Praia de Iracema, a marcha deste ano foi feita no Bom Jardim, periferia de Fortaleza, e teve como uma das pautas o racismo ambientalCom concentração no início da tarde deste sábado, 24, no pólo de lazer do Conjunto Ceará, a Marcha Pelo Clima Ceará reuniu integrantes de diversos coletivos ambientais, crianças e jovens assistidos pelo Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), ambientalistas e candidatos à Câmara dos Vereadores, em sua maioria do Partido Socialista e Liberdade (Psol).
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Neste ano, o tema foi "Do Sertão ao Mar: Contra o Racismo Ambiental e Por Justiça Climática", e o objetivo foi abordar o racismo ambiental, destacando a situação das comunidades mais afetadas pelos impactos ambientais.
Também foram focos da ação o protesto contra a instalação de usinas eólicas no mar e a mineração de urânio no Ceará.
“A iniciativa se deu a partir de vários coletivos, entre eles o Greenpeace Fortaleza. É a primeira vez que está acontecendo na periferia de Fortaleza. Antes a marcha era realizada em áreas mais centrais da cidade. A ideia da mudança surgiu porque o tema deste ano é racismo ambiental.”, afirmou Daniel Victor da Silva, estudante de Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ativista do Greenpeace Fortaleza.
“As áreas mais prejudicadas com as mudanças climáticas são justamente as áreas periféricas, que são também as áreas com menos recursos e mais expostas aos grandes desastres naturais”, explicou.
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Tamara Cristina Almeida, integrante do Reaver e estudante de Serviço Social, era uma das pessoas presentes. O Reaver é parte do Projeto Jovens como Protagonistas da Saúde Ambiental no Nordeste do Brasil, do Instituto Terre des Hommes (TdH) Brasil.
“Falar sobre o clima ainda é um estranhamento, e não somente para as pessoas da minha idade, porque elas simplesmente não estão familiarizadas com o tema. Quando se fala em ‘natureza’, se pensa que é só floresta e praia, sendo que falar de natureza também é abordar a falta dela, assim como a falta de saneamento básico e as mudanças climáticas.”, pontuou a jovem.
“É muito importante trazer essa discussão para a periferia porque muito se responsabiliza o pobre, ao dizer que é ele que está jogando lixo no chão e acabando com o meio ambiente, sendo que a gente é a parcela da população que mais sofre com as degradações ambientais e que menos poluem.”, conclui.
Após a concentração no pólo, que teve apresentações culturais com música e dança, o grupo seguiu em cortejo em direção ao CCBJ, onde o evento foi encerrado no final da tarde.