Cerca de 100 pacientes recebem próteses oculares no HGF

Entrega é realizada anualmente para beneficiários de todo o Estado; lentes são moldadas de acordo com as características de cada usuário

15:09 | Ago. 22, 2024

Por: Kleber Carvalho
Manuel Falcão, 68, recebeu uma prótese em substituição ao olho direito, removido durante cirurgia para retirada de um tumor em 2023 (foto: FÁBIO LIMA)

Cerca de 100 pacientes devem participar do mutirão para entrega de próteses oculares no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no bairro Papicu, entre a última segunda-feira, 19, e esta sexta, 23. Os beneficiários são pessoas de todas as regiões do Ceará, que por algum motivo perderam pelo menos um dos olhos.

Realizado há 22 anos através de parceria entre os setores de oftalmologia e assistência social do HGF, o mutirão tem como objetivo auxiliar na autoestima dos pacientes que tiveram desde problemas de saúde, como tumores e infecções, até acidentes resultantes em traumas e perfurações.

De diferentes cores e tamanhos, as lentes são aplicadas em acordo com a melhor adaptação estética e vascular. Para identificar a lente mais adequada, cada paciente passa por análise de profissionais do hospital, que determinam qual prótese se assemelha mais ao olho contralateral (que a pessoa possui desde nascença).

“Por vários motivos o paciente pode vir a perder o olho e essa perda desfigura, modifica muito a estética facial. A prótese vem justamente para recompor, restituir essa fisionomia, melhorando a autoestima e a autodeterminação de nossos pacientes”, explica o oftalmologista do HGF, Felipe Miranda.

Entre os beneficiados nesta edição do Mutirão esteve Manuel Falcão, 68, morador do município de Paracuru. No último mês de dezembro, o aposentado passou por cirurgia para a remoção de um tumor, onde também teve que retirar o olho direito.

 

Entre um exame e outro, Manuel comentou a expectativa pelo “novo olho”.

“É um alívio. Pelo menos fica perfeito, um olho combinando com o outro. Não faço enxergar que nem o outro, mas para mim é uma boa”, comenta.

O Hospital planeja zerar a fila de espera pelo serviço, que continha pouco mais de 90 inscritos. O evento é realizado anualmente, podendo ocasionalmente acontecer mais vezes ao ano, de acordo com a demanda da fila, conforme explica a assistente social do HGF, Joélia Penha.

“Quando a gente tem uma quantidade de pacientes aguardando, a gente faz essa multitarefa, [que tem] a equipe de médicos, assistentes sociais e protéticos. A gente marca esses mutirões para poder contemplar esses pacientes que estão aguardando”, conta.

Para ter acesso à entrega das próteses, o paciente deve ser encaminhado por uma unidade ligada à rede estadual. O primeiro passo é procurar um hospital de sua cidade, que enviará a solicitação de atendimento para a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), órgão responsável pelo HGF.

Os pacientes que forem inscritos no mutirão, e porventura não consigam ir na data marcada até o HGF, permanecem na fila de espera e são realocados para a próxima edição do serviço.