Caminhada com Maria leva multidão pelas ruas de Fortaleza na 22ª edição do evento; veja fotos

Os fiéis se deslocaram do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, no bairro Vila Velha, até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro

21:40 | Ago. 15, 2024

Por: Flavia Oliveira
TRAJETO teve 12,5 quilômetros. Foi a primeira participação de dom Gregório Paixão, arcebispo de Fortaleza (foto: fotos Samuel Setubal)

Com o tema “Peregrinamos com Maria no Ano da Oração”, a 22ª edição da Caminhada com Maria encheu as ruas de Fortaleza na tarde desta quinta-feira, 15, feriado do Dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da capital cearense.

Os fiéis se deslocaram do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, no bairro Vila Velha, até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro. O evento religioso é realizado desde 2003 pela Arquidiocese de Fortaleza. A caminhada foi iniciada às 14 horas e, já à noite, ao final do percurso, a imagem da padroeira foi coroada.

Dom Gregório Paixão, arcebispo de Fortaleza, deu início à sua primeira caminhada estando à frente da arquidiocese da capital cearense. Ele tomou posse no cargo em dezembro do ano passado.

“Que esta caminhada seja uma manifestação da fé que trazemos no coração. Meus irmãos e minhas irmãs, saiamos aqui com coração contrito e humilde. Que nossa procissão, nossa caminhada seja manifestação da fé que trazemos no coração. Vamos em paz, com a Virgem Maria, e que o Senhor nos acompanhe”, declarou ele, após rezar o Pai-Nosso na abertura e antes de fazer o percurso andando na rua junto aos fiéis.

Ao todo, foram 12,5 quilômetros de deslocamento, feito sob o sol intenso da tarde do feriado, o que não abalou a disposição dos fiéis — inclusive dos que fizeram todo o trajeto descalços.

Os jovens Marcelo Rodrigues e Janice Andrade, ambos de 21 anos, e Ana Elívia Andrade, de 15, irmã de Janice, saíram do Vila Velha sem os calçados para pagar promessas. “Os pés parecem que vão flutuando, a gente não sente nada!”, garantiu a adolecente, com o sorriso aberto devotado.

Enquanto o mar de gente se movia pelas primeiras ruas do percurso, as pessoas eram solidárias na medida do possível, avisando onde havia buracos e ajudando os que tropeçavam em algum dos inúmeros obstáculos nas calçadas - tais como o lixo, a buraqueira ou mesmo o grande desnível das calçadas.

Muitos policiais militares e guardas da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) acompanharam o cortejo para garantir a segurança e a organização.

Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e bombeiros civis e militares também prestaram serviço.

Os fiéis chegaram à catedral por volta das 19 horas, onde uma pequena multidão já estava reunida. A rua Castro e Silva foi bloqueada e muita gente sentou-se no asfalto para aguardar a chegada da imagem.

Neste ano, o momento da coroação contou com a presença de crianças portadoras de deficiências. De acordo com o coordenador do Serviço de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza, padre Vanderlúcio Souza, a ação foi um pedido de dom Gregório.

Maria Clara, de 9 anos, nascida com cardiopatia congênita, foi convidada pela arquidiocese para participar da coroação representando um anjo.

O Dia da Assunção de Nossa Senhora é comemorado anualmente em 15 de agosto e representa a subida da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, aos céus. De acordo com relatos bíblicos, Maria teria morrido durante o sono em 15 de agosto de 43 d.C, e acordado quando já estava sendo levada para o céu pelos anjos de Deus.

A Caminhada em Fortaleza teve início em 2003, como parte da programação do Jubileu de 150 anos da Diocese do Ceará. O objetivo foi o de “reunir os filhos de Deus para louvar e agradecer as bênçãos realizadas em suas vidas e homenagear a Mãe de Jesus, padroeira de nossa cidade”.

O evento foi declarado no dia 5 de junho de 2015 como patrimônio cultural imaterial do Brasil por sanção da presidente Dilma Rousseff ao Decreto de Lei do Congresso Nacional.

A Lei nº 13.330 tem como objetivo “reconhecer a importância da Caminhada com Maria, como forma de expressão do patrimônio histórico-cultural-religioso brasileiro”. (Com Luíza Vieira e Mateus Brisa)

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