Saiba o que é a "temporada de ventos", período que atrai turistas ao Ceará

As rajadas de vento tendem a alcançar valores entre 45km/h e 60 km/h, em média. Em alguns momentos, é possível que os valores superem os 60 km/h

Com rajadas de ar que podem superar os 60 km/h, o Ceará passa pela chamada 'temporada de ventos' entre os meses de agosto e outubro. O fenomeno impacta, principalmente, as regiões serranas e litorâneas do Estado. O período atrai turistas de todo o Brasil — e de outros países — para a prática do Kitesurfe.

"Aqui no Ceará, a gente vive o ano em duas partes: um período mais chuvoso, a quadra chuvosa, e um outro período mais seco, entre agosto, setembro, outubro e novembro", destaca o meteorologista Agustinho Brito.

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De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), os valores médios de velocidade máxima dos ventos podem variar entre 25km/h e 35km/h.

As rajadas de vento — perturbações que ocorrem de forma rápida e repentina — tendem a alcançar valores entre 45km/h e 60 km/h em média. Em alguns momentos, é possível que os valores superem os 60 km/h.

"Nesse período, os ventos começam a se intensificar, por conta da intensificação da alta subtropical e por conta da diminuição das chuvas. Os ventos são mais constantes e intensos", continua.

O professor e ex-competidor de Kitesurfe, Manuel da Silva, 38, mais conhecido como 'Marcelinho', mora no Rio Grande do Norte, mas costuma vir à Praia do Cumbuco, localizado no município de Caucaia, no Ceará, entre os meses agosto e dezembro, para dar aulas da modalidade.

"Agosto é o melhor período de ventos aqui no Nordeste e a gente trabalha bem até dezembro ... a onda mesmo é no final de julho até setembro, que é [o período de] férias no Brasil e na Europa", ressalta.

Eduardo Menezes, 30, é mineiro e mora no Rio de Janeiro. Ele veio para o Cumbuco especificamente por conta da temporada de ventos. "Eu vim pela primeira vez em 2021. Todos comentavam que o melhor lugar para aprender [o kite] era o Ceará. Então, vim em 2021, 2022, 2023, [quando] fiquei cinco meses, e agora, em 2024, vou fazer uma temporada menor, de três meses [...] venho sempre na temporada de ventos", adiciona.

Outra praticante é Michele Magalhães, 31. Ela é de São Paulo e veio passar as férias no Ceará. "Vim passar uma semaninha para praticar o Kite. Eu já vim uma três vezes, mas ainda estou no processo de aprender [a modalide]"

"Na pandemia, a minha irmã veio para cá e acabou ficando aqui por uns quatro meses. Ela se apaixonou e me incentivou a vir e tentar aprender", continua.

André Correia, 45, pratica o esporte há quase 5 anos. Ele é de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mas mora no Ceará há 22 anos. "Eu escolhi o Cumbuco por conta do Kitesurfe. Antigamente era uma vila só de pescadores, mas cresceu muito por conta do esporte".

Como morador, ele prefere a cidade em épocas fora da temporada. "Vem muita gente e o espaço [para praticar o Kite] acaba ficando muito pequeno. A baixa estação para a gente daqui é até melhor, porque o mar é todo nosso [...] mas é o que movimenta a cidade, a gente precisa disso [dos turistas]".

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