Trecho das passarelas do Mercado Central de Fortaleza está interditado
As intervenções de revitalização do Mercado Central começaram no dia 20 de maio e têm um prazo de 12 meses. Até o momento, 8% das obras foram concluídas
11:25 | Jul. 30, 2024
Como parte das obras de revitalização do Mercado Central de Fortaleza, localizado no bairro Centro, uma parte da passarela — que liga o segundo ao terceiro andar do equipamento — teve a interdição antecipada por segurança aos usuários. Apesar disso, o equipamento deve continuar funcionando normalmente, segundo a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos de Fortaleza (Seger).
Outros trechos da passarela, que não estão interditados, também apresentam problemas: a borracha antiderrapante está se soltando e, em alguns lugares, existem buracos de corrosão.
Carlos Henrique, 20, trabalha no Mercado há três anos. Ele, que é vendedor na Estação da Cachaça, acredita que o andamento das obras está um pouco lento. “Eles escolheram o mês de junho e julho para começar, que é um período muito bom, por conta das férias. Acabou atrapalhando um pouco porque tem barulhos e também interditaram algumas passagens. Afeta o acesso às lojas.”
Sobre as rampas, Carlos destaca que a borracha antiderrapante dos pisos “estava descolando toda. Tem até buracos". "Quando chove, o telhado fica cheio de goteiras, [a água] cai na rampa e alguém [pode] acabar escorregando e caindo. Pode até ter um acidente.”
Luzia Avanete, 62, tem uma loja no último andar do equipamento — a Luzia Confecções — e sente que a movimentação foi um pouco impactada pelas interdições. "É menor a chance de o cliente subir para o último piso, que é o que tem menos movimentação, ainda mais com a interdição."
Além das passarelas, o equipamento tem diversos outros pontos de acessos internos: escadas, escadas rolante e elevadores.
As obras de revitalização do Mercado Central começaram no dia 20 de maio e têm um prazo de 12 meses para ser concluída. Em tese, deve ser entregue em maio de 2025. Até o momento, 8% das obras foram concluídas.
De acordo com a Seger, as intervenções incluem a reforma dos pisos metálicos das passarelas e rampas internas, a troca do piso danificado, a revisão elétrica total da estrutura, a manutenção das subestações, a pintura geral interna e externa, além da recuperação da cerâmica da fachada.
Há cinco meses, Bruna de Souza, 27, trabalha como vendedora no Rogerinho Castanhas, que vende comidas típicas do Estado. “A reforma é um pouco conturbada por conta do barulho, mas não influenciou em nada nas vendas”, opina.
Ela cita que as rampas costumam dar trabalho. "Muitos idosos deixam de subir pela rampa por medo de escorregar, derrapar, essas coisas, além de que muita gente fica com medo do barulho [que faz ao caminhar].”
Jocildo Luz, 55, é dono da Jocildo Confecções, que vende camisas, calças, chapéus etc. O comerciante foi um dos que vieram do mercado velho. Ele já está na nova unidade há 26 anos. “Não tem como o mercado fechar [para as obras], porque aqui é nossa sobrevivência. A obra tem que ser lenta por isso, não tem como o mercado fechar.”
Sobre as rampas, ele cita que o Mercado está próximo do mar e, por causa disso, as rampas — que são de ferro — enferrujam, em razão da maresia. “Eles interditaram do segundo para o terceiro pavimento, onde está mais 'gasto', para fazer esse serviço.”
Segundo a Seger, o Mercado Central é o maior mercado de artesanatos do Brasil. O equipamento tem um fluxo médio de quatro mil pessoas na baixa estação e seis mil na alta estação.
Uma das pessoas que visitaram o Mercado nessa segunda-feira, 30, foi Sheila Fabiana Gomes, 54. Ela, que mora em Goiânia, capital de Goiás, aproveitou o período de férias escolares para vir a Fortaleza com a família. A turista gostou da estrutura do equipamento. “É a primeira vez que venho e achei tudo maravilhoso. É bom para comprar lembrancinhas, que é o que estamos fazendo. Achei tudo tranquilo.”
O espaço abriga 550 boxes e 70 quiosques. Eles oferecem uma ampla variedade de produtos, desde artesanatos a partir de R$ 1 até itens em couro, rendas, redes, castanhas, doces, cachaças, camisetas, bijuterias e artigos de decoração. O Mercado também conta com restaurantes que servem comida típica nordestina.