Manifestação no Centro pede melhores condições de moradia para crianças
Com apresentações de dança, capoeira, percussão e montagem de um mosaico com telhas confeccionadas pelos manifestante, a programação aconteceu em dois momentos: no Passeio Público e na Praça do Ferreira
22:14 | Jul. 26, 2024
O coração de Fortaleza tornou-se palco para ecoar os sons da manifestação por moradia digna para crianças em situação de vulnerabilidade social nesta sexta-feira, 26. Com telhas nas mãos em alusão à proteção oferecida por um teto e a luta por direito à moradia, os manifestantes marcharam do Passeio Público até a Praça do Ferreira, levando a mensagem para quem por lá passava.
Com apresentações de dança, capoeira, percussão e montagem de um mosaico com as telhas confeccionadas pelos manifestantes, a movimentação iniciou às 14 horas e foi até às 17 horas, e quem passou por perto não deixou de parar para apreciar os artistas que passaram por lá.
A XVII Ação Nacional Criança Não É de Rua foi organizada pela Rede Nacional Criança não é de Rua e teve como tema “Nossa ocupação quer dignidade, direito à moradia e direito à Cidade” e contou com a participação de crianças e adolescentes que vivem em ocupações de Fortaleza junto a seus familiares.
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Conforme o coordenador da Rede Nacional Criança não é de Rua, Manoel Torquato, este ato acontece em nas capitais brasileiras e além de Fortaleza, a cidade de Salvador na Bahia também realizou o ato.
“O maior sentido dessa manifestação é da voz e vez para essas pessoas. Quem vivem nas ocupações vive um isolamento dentro da cidade de Fortaleza, porque é um lugar que a política pública não chega, mas também é um lugar que a sociedade civil não vê. Essas pessoas estão escondidas e enquanto não há visibilidade para esta temática não há intencionalidade do poder público de resolver essa questão”, pontua.
Representando a instituição O Pequeno Nazareno, Cícera Martins diz que em Fortaleza e no resto do País a questão da moradia é séria, já que o déficit habitacional é muito alto. “Tem tantos prédios aqui no Centro que poderiam virar moradia para estas pessoas terem dignidade e respeito, principalmente crianças e adolescentes. É primordial que eles tenham onde morar, onde viver”, relata.
Torquato cita ainda que trazer as pessoas para o Centro de Fortaleza é dar espaço para elas manifestarem sua revolta e sua indignação é dar visibilidade e chamar a atenção da sociedade. “Não podemos aceitar como normal que pessoas vivam em condições sub-humanas em qualquer lugar da cidade”, disse.
Além disso, a ação nacional tem como principais pautas a inclusão de crianças e adolescentes que ficam dia e noite em situação de rua pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no censo populacional, e um apelo para que o poder público assegure o direito à moradia digna para crianças e seus familiares que vivem em ocupações.