Grupo suspeito de fraudar cartões do Ceará Sem Fome chegou a aplicar golpe de R$ 1 milhão
Sete pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira, 25, no Ceará, Maranhão e no Rio de Janeiro. Também foram apreendidos cinco automóveis, sete aparelhos e um computadorUm grupo criminoso suspeito de fraudar cartões do programa Ceará Sem Fome, coordenado pela Secretaria da Proteção Social (SPS), foi preso na manhã desta quinta-feira, 25, no Ceará, no Maranhão e no Rio de Janeiro. As prisões foram realizadas pelas polícias civis dos estados após mandados de prisão por meio da Operação “Klapaucius”, que busca desarticular o grupo. Também foram apreendidos cinco automóveis, sete aparelhos celulares e um computador.
A organização criminosa atuava, há pelo menos quatro meses, por meio de dois núcleos, sendo um no Rio de Janeiro, responsável pela invasão cibernética da empresa responsável pela fabricação dos cartões inserindo valores de 30 mil a 60 mil reais, onde foi totalizado golpe em cerca de R$ 1 milhão. O outro atuava no Ceará, onde utilizava os cartões fraudulentos em atacarejos em Fortaleza.
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No Ceará, foram capturados cinco alvos, sendo quatro homens de 24, 26, 31 e 44 anos, e uma mulher de 33 anos. Eles foram presos em Fortaleza e conduzidos para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), no bairro Aeroporto. Ainda durante esta manhã, um homem, de 32 anos, foi preso no Rio de Janeiro, e outro, de 40 anos, no Maranhão.
De acordo com o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Alan Felipe Araújo, as investigações iniciaram após comunicado da SPS à Polícia Civil, em março passado, informando sobre uma divergência de pagamentos no programa.
“Com a invasão, os integrantes da organização criminosa conseguiram reativar cartões que estavam inativos e colocar valores superiores a que esse cartão proporciona a um benefício a pessoas em situação de vulnerabilidade”, explica.
Para ter acesso aos cartões, o grupo criminoso utilizou grupos nas redes sociais anunciando a compra dos cartões inativos do Ceará Sem Fome de pessoas que foram excluídas do programa, usando a justificativa que iriam produzir artesanato com o material.
As investigações da Polícia Civil revelaram que a partir da compra dos cartões eles configuram novas senhas por meio da invasão do sistema, assim como a inserção dos valores.
O delegado da DRCC, Alan Felipe Araújo, disse que a empresa invadida é terceirizada e que prestava serviço a diversos órgãos públicos. “Eles conseguiram invadir a empresa e o Governo do Ceará era um dos clientes dessa empresa que sofreu o ataque”, afirma Alan, que ressaltou que, por meio das apreensões dos eletrônicos, as investigações poderão identificar como foi o contato entre os estados.
Além das prisões, cinco automóveis, sendo um Corolla, um Classic, um Kwid, um HB20 e um Virtus, sete aparelhos celulares e um computador foram apreendidos pelos policiais civis.
As investigações afirmam que os veículos eram usados como apoio para receber e transportar as compras realizadas por meio dos cartões nos atacarejos em Fortaleza. Ainda não se sabe qual era o destino das mercadorias e em quais regiões o grupo atuava.
Conforme o secretário executivo de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, Sandro Camilo, o sistema do Governo do Ceará não foi afetado.
“O prejuízo desse processo está entre a empresa e as empresas de supermercados. Nenhum beneficiário deixou de receber o recurso no seu cartão, ninguém foi lesado como beneficiário do cartão Ceará Sem Fome”, disse em coletiva de imprensa da Polícia Civil.
Em nota, a SPS informou ao O POVO, nesta quinta-feira, 25, que identificou, por meio de diálogo com a empresa que gerencia o Cartão Ceará Sem Fome, ainda em março deste ano, a situação de fraude e comunicou o caso à Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Atualizada às 19h39min