Metrofor alerta para risco de empinar pipas em linha férrea de Fortaleza
Geralmente a prática ocorre no mês de julho, período de férias escolares e temporada dos ventos no Ceará. Os riscos são de atropelamentos, atrasos do serviço metroviário e até choque elétrico
09:17 | Jul. 18, 2024
As linhas férreas localizadas na Parangaba e no Vila União, bairros de Fortaleza, têm sido ocupadas por jovens que desejam soltar pipas neste mês de julho, período das férias escolares. A atividade recreativa, normalmente realizada ao fim da tarde, foi registrada por câmeras do Metrofor, mas pode ser tipificada como crime.
O equipamento de segurança da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos capturou, no início deste mês, imagens que mostram crianças, adolescentes e adultos dividindo espaço com um VLT que percorria o trecho da rua Júlio Verne, no bairro Parangaba.
No registro, é possível identificar o momento em que as pessoas ficam na frente da locomotiva enquanto ela se aproxima.
As câmeras da Metrofor também registraram a mesma situação na avenida Lauro Viêira Chaves, no bairro Vila União. Na ocasião, os jovens chegaram a ficar a poucos metros de distância do VLT.
Além do risco de atropelamento, também existe a ameaça causada por aqueles que soltam pipa usando linha com cerol. Isso já resultou na morte de um motociclista na BR-116, em Fortaleza, no último dia 12.
Quem comete esse tipo de ação pode sofrer implicações legais pelos crimes de expor a vida ou a saúde de outra pessoa a riscos e impedir ou atrapalhar o serviço de transporte público sobre trilhos.
De acordo com o gerente de Estações e Segurança Operacional da Metrofor, Plínio Araújo, os vigilantes das linhas férreas e os responsáveis pela segurança do local são orientados a pedir que os jovens se retirem do espaço, contudo, o trabalho é dificultado pela quantidade de pessoas que invadem o local.
"A equipe está sempre pedindo que saiam, explicando as irregularidades e os riscos, mas são muitas pessoas, e em muitos trechos, o que dificulta esse trabalho que fazemos de forma educativa, tentando salvar a vida dessas pessoas", complementa Plínio.
O Metrofor reforça que grande parte das linhas férreas em Fortaleza é cercada por muros ou grades de proteção, o que evita que as pessoas adentrem e sejam atropeladas, ou ainda atrapalhem o curso do trem.
Quando há invasão desse espaço para soltar pipa, as pessoas assumem o risco de atropelamento e morte (sua e de outra pessoa); atraso ou interrupção do serviço metroviário, resultando em danos a todos que utilizam o transporte; e choque elétrico ou pane elétrica (caso o trecho invadido seja eletrificado).
"Ações que colocam a vida de outras pessoas em risco, que podem atrapalhar o serviço de transporte sobre trilhos, ou que causem danos ao patrimônio público podem ser tipificadas como crime, de acordo com os artigos 132, 160 e 260 do Código Penal brasileiro", reitera a empresa.
ATUALIZAÇÃO*: Diferentemente do que foi informado na versão anterior da matéria, os artigos do Código Penal que tratam de crimes contra o sistema de trens são 132, 163 e 261.
* às 14h04 min do dia 18/7