Após levar seis tiros, adolescente ferido na areninha do Barroso recebe alta
O garoto que recebeu alta tem 15 anos. No atentado, registrado na noite do dia 21 de junho, uma mulher de 48 anos e um menino de 10 anos morreram. Oito crianças e adolescentes saíram feridos, dois seguem internados
17:25 | Jul. 10, 2024
Mais um dos adolescentes feridos por tiros na quase-chacina registrada na areninha do Jardim Violeta, no bairro Barroso, na noite do último dia 21 de junho, recebeu alta hospitalar do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza.
O garoto, de 15 anos, que chegou a ser atingido por seis tiros no episódio, já está em casa desde a tarde de terça-feira, 9. No crime, um menino de 10 anos e uma mulher de 48 morreram no local. E mais oito crianças e adolescentes, entre 8 e 16 anos, foram feridos.
O POVO não revela os nomes das vítimas por tratarem-se de menores de idade em situação de vulnerabilidade pelo cenário de violência.
O POVO confirmou a informação da alta com uma familiar do adolescente e com um morador do bairro que ajudou no transporte do paciente até sua residência.
A Prefeitura de Fortaleza, como fez nas liberações anteriores, não emitiu comunicado sobre a saída do paciente. O POVO procurou a assessoria do IJF, que também não se manifestou oficialmente.
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O adolescente de 15 anos foi o sexto liberado da unidade hospitalar. Seguem internados um menino, de 8 anos, que esteve na UTI e já foi transferido para a enfermaria, mas ainda segue em observação, e um adolescente de 16 anos, que teria sido submetido nesta semana à terceira cirurgia e estaria com quadro de infecção hospitalar — segundo vizinhos dele no bairro.
O atentado na areninha teria sido motivado por uma disputa territorial de facções rivais naquela área do bairro. As investigações policiais apontam que seis pessoas teriam cometido o crime. Cinco delas foram capturadas, incluindo um adolescente.
No fim da semana passada, os vários buracos de bala na escadaria de um dos lados da arquibancada foram preenchidos com cimento. Mas ainda há várias marcas dos tiros nas grades e nos corrimões. As paredes da areninha ganharam nova pintura — o que incluiu cobrir de verde a pichação com as letras da facção dominante naquele trecho do Jardim Violeta. A facção rival ocupa a comunidade Barreirão. A fronteira é a rua por trás da areninha.
Diariamente, desde os primeiros dias após o crime, viaturas da Polícia Militar têm se posicionado nas ruas ao lado do palco do crime ou feito rondas permanentemente. Principalmente do meio da tarde até por volta das dez da noite. "Depois disso, realmente tem ficado esvaziado por aqui", confirmou um morador.
Os moradores do entorno preferem seguir falando pouco. O POVO bateu em algumas portas, ninguém negou que o silêncio em entrevistas é uma escolha neste momento.