Yoga Massagem Ayurvédica: prática pode ajudar no tratamento da insônia
Criada na década de 80, a técnica é uma mescla de várias técnicas terapêuticas indianas. A YMA é uma das Práticas Integrativas e Complementares (Pics) oferecidas pelo SUS
12:00 | Jul. 06, 2024
Para algumas pessoas é simples. Basta fechar os olhos que já caem no sono. Outras, ficam zanzando pela casa até a madrugada e... nada. Segundo estimativas da Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de pessoas sofrem com insônia no País. Diante da situação, uma prática — que pode ajudar com o quadro — tem virado moda, a Yoga Massagem Ayurvédica (YMA).
A técnica foi criada nos anos 80 pela indiana Kusum Modak. "A Yma é diferente de uma massagem relaxante, por exemplo. Ela tem um propósito terapêutico. Então, vai trabalhar desde a respiração, questões emocionais e relacionadas ao corpo, como dores", explica Bhavya, terapeuta em YMA.
"A massagem mescla [várias] técnicas indianas. Então, tem a característica de ter toques mais profundos, mais ritmados, além das manobras do ioga, que são a essência da YMA", continua.
Quais são os benefícios da YMA?
A massagem, de acordo com Bhavya, pode trazer uma série de benefícios físicos e emocionais. “Como a YMA tem muitas manobras que alongam as musculaturas, seria ótimo para quem faz [outras] atividades físicas. A nível emocional dá para trabalhar muita coisa. Desde a ansiedade até questões de insônia”, explica.
“Receber uma sessão de YMA garante uma qualidade de sono melhor. Claro que, em uma única sessão, você vai sentir benefícios, mas que são transitórios. Para sentir os efeitos prolongados, você precisa ter uma frequência. Pelo menos umas 10 sessões para ver resultados mais incisivos”.
Foram os benefícios psicoemocionais que atraíram Stela Brito, 40. Ela conheceu a técnica de forma bem aleatória, pelo Instagram. "O que me tocou foi a questão da busca pelo equilíbrio do corpo, da mente e da alma, além da questão dos movimentos da ioga. Fiquei super curiosa".
Ela começou as sessões há quase três meses. "No começo eu duvidava, não sabia se realmente iria funcionar, mas funciona, de fato. Ela [a YMA] me deixou mais conectada comigo mesmo. É incrível".
“Junto com a respiração, tem toda a questão da liberação dos travamentos [das dores] do seu corpo. É muito incrível. Também senti a ativação do meu chakra. É como se todo o meu corpo estivesse irradiando. É uma sensação muito boa”, destaca.
“A YMA faz a gente desafiar o nosso corpo”
Outro paciente, Maycon Geissler de Almeida, 40, começou a praticar a massagem há cerca de sete meses. Ele já tinha feito sessões de ioga tradicional no passado, mas só conheceu a YMA, em específico, após recomendações de amigos.
"A YMA [faz] a gente desafiar o nosso corpo. Os alongamentos e o relaxamento, de alguma forma, faz com que a gente sinta menos os efeitos da ansiedade. Eu senti os [benefícios] aos poucos", relata.
Ele destaca que, obviamente, a Yma não substitui um acompanhamento psicológico, “mas ajuda muito. Saber que vai ter aquela uma horinha na semana”.
Além dos efeitos psicoemocionais, Maycon também cita melhoras no seu condicionamento físico. "Eu [havia] começado a me exercitar na academia com mais intensidade e tinha dificuldade nos exercícios. Após começar a YMA [...] comecei a ter mais resultados e menos dores que atrapalhavam o processo".
Sessões costumam durar em torno de uma hora
O terapeuta destaca que o paciente participa de forma ativa do processo. "Não é uma massagem passiva. O paciente não vai deitar e ficar ali sem fazer nada. Ele interage muito com o terapeuta durante a sessão. Tem manobras que o paciente faz sozinho e a gente só orienta”, explica Bhavya.
As sessões costumam durar em torno de uma hora — até mesmo pela exigência física — e são moldadas conforme as necessidades do paciente. "A YMA conta com mais de 120 manobras. Claro que não se faz tudo em uma sessão. O terapeuta tem que selecionar as manobras mais adequadas para o paciente no momento. Então, ele vai receber em média 15 a 20 manobras por sessão".
Práticas integrativas são oferecidas pelo SUS
A YMA se enquadra no chamado Práticas Integrativas e Complementares (Pics). De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o termo se refere a tratamentos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais. Em alguns casos, elas podem ser usadas como tratamentos paliativos contra doenças crônicas.
Mas vale ressaltar que as Pics não substituem o tratamento tradicional. Elas servem como um complemento.
As Pics são oferecidas pelo Serviço Único de Saúde (SUS) de forma gratuita. Entre 2019 e abril de 2022, mais de sete milhões de procedimentos do tipo foram realizados.
Em Fortaleza, a YMA não é oferecida em nenhum ponto da Cidade pelo SUS, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Outras práticas integrativas, no entanto, são. As atividades são distribuídas em 45 equipamentos municipais, sendo 38 em postos de saúde e sete nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
As práticas também são realizadas nos Projetos ‘Quatro Varas’, no Pirambu, ‘Movimento de Saúde Mental’, no Bom Jardim e ‘Oca de Saúde Comunitária’, no Jangurussu.
A SMS informou que não divulga os locais onde cada prática é ofertada para não causar uma sobrecarga de buscas. Eles orientam que, antes, os interessados procurem o posto de saúde mais próximo de casa para saber qual a Pics é mais recomendada para a demanda. Depois disso, eles são informados sobre formação de turmas, localidades, etc.
Pics ofertadas em Fortaleza
- Auriculoterapia;
- Massoterapia;
- Terapia Comunitária;
- Resgate Da Autoestima;
- Arteterapia;
- Plantas Medicinais/Fitoterapia;
- Ioga;
- Meditação;
- Reflexoterapia;
- Acupuntura;
- Ventosaterapia;
- Reiki/ Imposição De Mãos;
- Musicoterapia;
- Constelação Familiar;
- Cromoterapia;
- Terapia De Florais;
- Biodança;
- Quiropraxia;
- Bioenergética;
- Ozonioterapia;
- Shantala.
Atualizada em 08/07/2024, às 15 horas