Dia Nacional do Diabetes: o desafio de engajar sem pressionar os pacientes

Curso do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (Cidh) foi realizado de 8h às 12h e contou com a presença de cerca de 40 pessoas. Ação é mensal e realizada por profissionais do CIDH que atuam no tratamento multidisciplinar

No Dia Nacional do Diabetes, comemorado anualmente no dia 26 de junho, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (Cidh) promoveu, na manhã desta quarta-feira,  um curso sobre diabetes mellitus tipo 2. A ação foi realizada no auditório da sede da instituição, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.

O Curso de Educação em Diabetes é realizado mensalmente, voltado, principalmente, para os pacientes que fazem acompanhamento no local e faltaram às últimas consultas.

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Esta edição do curso reuniu cerca de 40 pessoas, entre pacientes e acompanhantes, para abordar o diabetes tipo 2, além de profissionais que fazem parte do processo de tratamento multidisciplinar, como endocrinologista, nutricionista, enfermeira e assistente social.

No curso, as especialistas deram orientações sobre estilo de vida saudável, alimentação adequada e atividade física e tiraram as dúvidas dos pacientes sobre como lidar com a condição crônica.

De acordo com Marcela França, médica endocrinologista e diretora clínica do Cidh, o momento busca engajar os pacientes para o tratamento, mas sem pressioná-los.

“A gente tira muitos mitos, explica sobre as condições da alimentação saudável, dos atos que eles precisam construir, mas sem colocar muita pressão. De forma que eles realmente façam parte desse processo, que entendam e realmente se engajem nesse tratamento”, explicou.

Além dos pacientes que não vão às consultas há um tempo, o curso recebe pessoas que estão chegando à unidade. Marcela explica que o momento de troca de experiências é importante para que os pacientes não se sintam “sozinhos nesse processo”.

“A educação em diabetes faz parte do processo do tratamento desses pacientes. Conviver com uma condição crônica é um desafio. Então, esses pacientes têm que saber lidar com esse processo. A gente sempre fala ‘Você já convive há quantos anos?’. Às vezes 15, 30 anos, mas eles souberam conviver com isso? São muitos desafios ao longo do tratamento [...] Então, a gente faz eles aprenderem a raciocinar dentro do que acontece no dia a dia deles e saber a melhor estratégia para a situação que acontece a cada dia”, pontuou.

Maria Cleide Monteiro, de 63 anos, foi diagnosticada com diabetes há alguns anos e conta que decidiu participar do curso para tirar algumas dúvidas em relação ao tratamento. 

“Eu estou iniciando agora o tratamento [no Cidh]. Estava até confusa, porque passaram muito papéis e tinham exames que eu não estava entendendo. E, aqui, elas vão explicar melhor”, relatou.

A fisioterapeuta do Cidh, Sandra Brasil, explica que pacientes com diabetes tipo 2 podem ter parestesia, que são áreas com dormências, ou até mesmo outros tipos de comprometimentos, como dor na coluna ou tendinite, devido à idade.

“A gente, muitas vezes, ensina o paciente na fisioterapia e dá um 'deverzinho de casa'. Geralmente o atendimento é duas vezes na semana ou quinzenal, dependendo do paciente, ou muitas vezes pronto atendimento, que é mensal. Se ele não tem condição de ficar assíduo, ele leva um acompanhamento, com um folderzinho, para ele olhar o que é feito. É muito importante esse curso, porque tira muitas dúvidas, o paciente fica muito próximo do profissional e esse é o interesse do Cidh, caminhar junto nessa busca da reabilitação, na busca da melhor condição do seu tratamento”, destacou.

O exame de baropodometria computadorizada, também conhecido como “teste da pisada”, por exemplo, é realizado no Cidh para avaliar o pé diabético.

De acordo com Jefferson Alencar, fisioterapeuta da Biônica, empresa que tem uma parceria com o Centro para atender parte da demanda de pacientes do local, o procedimento consiste na avaliação da “pisada” do pé.

O especialista explica que o paciente passa por uma plataforma de força e é possível ver, a partir de um software, como estão as respostas do pé do paciente, se há um indício de pressão ou algum problema. Essa triagem do pé e da pisada é feita com o paciente parado e andando. Em seguida, caso seja necessário, é feita a palmilha ou a indicação de uma sandália ou de um dispositivo.

“É assim que a gente faz esse trabalho, buscando sempre a prevenção, que é muito importante no pé diabético. O diabético tem alteração de sensibilidade. Então, ele não sente muitos problemas no pé. É importante o trabalho de prevenção. Se ele não tiver nada, nenhum problema, nenhum indício, ele não usa nada, mas se tiver algum problema, a gente vai indicar uma palmilha para prevenir uma lesão ou uma ferida”, explicou o fisioterapeuta.

Bárbara Melgaço, de 13 anos, tem diabetes tipo 1 e realizou o exame na manhã desta quarta-feira. A adolescente pratica balé e já faz uso da palmilha. O pai, Ricardo Hebert, de 54 anos, conta que a filha faz tratamento e acompanhamento no Cidh, além de utilizar a bomba de insulina.

Diabetes e a alimentação saudável

Além da fisioterapia, a nutrição é parte fundamental no tratamento e controle do diabetes. Durante o curso promovido no Centro, muitos pacientes tiraram dúvidas com as especialistas, principalmente em relação à alimentação. 

A nutricionista Dayana Alencar afirma que há muitos mitos, porém ela destaca que o tratamento é feito a partir de uma alimentação saudável e equilibrada.

“Há muitos mitos referentes à alimentação, inclusive, porque o vizinho fala ou viu na internet. Então, a gente vê muitos mitos referentes a proibições, do que não pode, do que pode, do que cura. O diabetes é uma doença que a gente consegue ter a remissão, ou seja, o controle do diabetes, mas a gente não tem a cura ainda. E esse tratamento é feito a base de uma alimentação saudável e essa alimentação saudável tem que ser desmistificada”, disse.

Segundo o Cidh, no dia 15 de julho, o encontro mensal será direcionado a familiares, crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1).

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