Justiça decide que empresário acusado de homicídio no trânsito deve ir a júri popular

Crime aconteceu em via pública e em horário de grande fluxo de pessoas. Defesa alegou que o empresário não agiu de forma deliberada. Ação foi flagrada

O empresário Roberto Ayrton Bezerra Ramos foi denunciado por homicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificados após uma discussão no trânsito. A Justiça decidiu que o réu vai a júri popular. O caso foi registrado no dia 15 de junho de 2023, no bairro Varjota, em Fortaleza. A defesa do réu recorreu da sentença na última quinta-feira, 20. 

O crime vitimou Hanna Moreira dos Reis, que morreu no local, e Ângelo Matheus de Araújo Bezerra, sobrevivente. O casal de namorados transitava em uma motocicleta e o empresário Roberto Ayrton conduzia o próprio carro. Houve uma discussão e o acusado jogou o veículo contra as vítimas, que foram imprensadas contra outros veículos. O motivo do crime é considerado fútil.

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O local é de grande fluxo de pessoas, situação de perigo comum. A via era próxima à escola e o caso ocorreu em horário de encerramento do horário letivo. O crime ainda impossibilitou a defesa das vítimas, pois o veículo colidiu na motocicleta pelas costas.

A discussão do piloto Ângelo Mattheus e do acusado condutor do automóvel teria começado após uma manobra feita pelo empresário. O homem teria desviado o veículo para a esquerda no intuito de evitar uma poça de lama e Mattheus transitava atrás e buzinou para Roberto. A discussão entre os dois seguiu por algumas ruas, onde os dois proferiram ofensas um ao outro. 

O empresário teria aguardado o casal ultrapassá-lo na moto para efetuar uma "manobra homicida" acelerando o carro e imprensando-os contra veículos que estavam estacionados. "Em momento algum o condutor do carro tentou frear ou desviar da moto", afirma a sentença. 

A ação foi flagrada por câmeras de segurança. Hannah tinha 24 anos e era funcionária na Pinacoteca de Fortaleza, e Mattheus apresentou danos neurológicos após o acidente. 

Por meio de nota, a defesa afirmou que o empresário não agiu de forma deliberada ou negligente. "Habilitado há mais de quarenta anos, Roberto Ayrton possui histórico de condução impecável sem qualquer mácula em sua conduta. (...) ocorreu quando Roberto estava sendo perseguido de maneira agressiva pelo motociclista, enfrentando ameaças diretas contra sua integridade", informa a nota. 

Conforme a nota, durante toda a instrução processual, foi comprovado que Roberto Ayrton tentou, de todas as maneiras, evitar confrontos e riscos aos envolvidos. Os elementos probatórios confirmam que ele estava em uma posição defensiva, agindo sob medo e necessidade de proteção, e não com intenção de causar danos ou cometer qualquer crime. Cabe enfatizar que ele, espontaneamente, desceu do carro e prontamente foi de encontro das vítimas para prestar socorro", divulgaram os advogados Rogério Feitosa, Magno Vasconcelos e Jander Frota. 

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