Terreno Edifício Andréa: obras do Batalhão 15 de Outubro estão 85% concluídas

Com 85% das obras executadas, a expectativa é que o equipamento seja entregue ainda no segundo semestre de 2024. O investimento foi de R$ 3 milhões

As obras do Batalhão 15 de Outubro entraram em fase de conclusão nesta semana, com 85% dos serviços finalizados. O novo quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) está sendo edificado no local do Edifício Andréa, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. A expectativa é que o equipamento seja entregue ainda no segundo semestre de 2024, de acordo com a Superintendência de Obras Públicas do Ceará (SOP-CE).

Em 2019, os muros do Edifício Andréa foram coloridos em homenagem às vítimas e aos bombeiros, no entanto, com o início das obras, as pinturas tiveram de ser retiradas. O antigo prédio residencial desabou no dia 15 de outubro de 2019, deixando nove pessoas mortas.

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O Batalhão reforçará o trabalho das equipes de bombeiros nos bairros Dionísio Torres, Aldeota, Meireles, Varjota, Cocó, Guararapes e localidades adjacentes. O intuito é reduzir o tempo de resposta para chamados na região.

A nova estrutura do CBMCE será construída em uma área de 831 metros quadrados (m²), divididos em três pavimentos e subsolo. O prédio disporá de alojamentos, vestiários, banheiros, refeitório, salas administrativas, academia, auditório, copa, recepção, bicicletário e estacionamento.

Para o comandante-geral do CBMCE, coronel Cláudio Barreto, a nova unidade será referência no combate a incêndios e outros atendimentos.

“Trata-se de uma construção moderna de quatro pavimentos, inserida num espaço urbano de edificações verticais que atenderá não só ocorrências de incêndio, mas será uma referência atendendo situações de diversas naturezas para servir nossa sociedade da melhor forma”, afirma.

Com o intuito de ser uma construção sustentável, o imóvel também inclui sistema de energia solar e cobertura verde. Na fase final de construção, já foram concluídas as fundações e estruturas de concreto, alvenaria, divisórias, esquadrias e pisos.

Atualmente estão em andamento os serviços de revestimentos, pinturas e acabamentos, instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado. A urbanização e o paisagismo do entorno também já entraram em execução.

Conforme o titular da SOP, Valdeci Rebouças, a previsão é que o novo prédio seja entregue nos próximos meses.

“Estamos trabalhando para dar celeridade à entrega deste equipamento que, além de estratégico para a atuação do Corpo de Bombeiros na Capital, ressignifica um acontecimento trágico e homenageia o trabalho de todos os profissionais que atuaram naquele 15 de outubro”, pontua.

A edificação recebe investimentos do Tesouro do Estado da ordem de R$ 3 milhões.

Desabamento do Edifício Andréa

Na manhã do dia 15 de outubro de 2019, moradores do bairro Dionísio Torres vivenciaram um cenário de horror quando o prédio residencial de sete andares ruiu e deixou nove pessoas mortas. Durante o período de salvamento, que durou 103 horas, sete pessoas foram resgatadas com vida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). 

Além do CBMCE, voluntários, policiais militares, servidores da Perícia Forense, Defesa Civil, Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), Exército Brasileiro e Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu) auxiliaram na operação de resgate das vítimas. Aproximadamente 130 bombeiros estiveram envolvidos diretamente na ação, que teve seus trabalhos encerrados no dia 19 de outubro daquele ano.

O que causou o desabamento do Edifício Andréa?

Os moradores do Edifício Andréa haviam contratado a empresa Alpha Engenharia, do engenheiro Andreson Gonzaga, para realizar um processo de recuperação predial. A empresa iniciou os serviços corretivos um dia antes do desabamento e as atividades manuais afetaram ao menos quatro pilares do condomínio, conforme apontou laudo.

Após o desabamento, a Perícia concluiu que o prédio ruiu da parte posterior para a anterior, da travessa Hildete para a rua Tibúrcio Cavalcante.

Em 2020, os engenheiros José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira, além do pedreiro Amauri Pereira de Souza, foram indiciados por provocar o desabamento da construção.

Em novembro de 2023, o juiz da 2ª Vara do Júri de Fortaleza decidiu absolver sumariamente o pedreiro e pronunciar os dois engenheiros. A sentença foi proferida de acordo com os pedidos finais do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que já havia se posicionado pela impronúncia do pedreiro por entender que ele teria agido sob a orientação e a supervisão dos engenheiros.

A última atualização do caso se deu em junho deste ano, após o MPCE emitir um parecer para que fosse mantida a decisão do Juízo de 1º Grau para levar a júri popular os dois engenheiros civis.

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