Professores e técnicos em greve realizam ato próximo ao Palácio da Abolição em evento com Lula
Concentração de servidores foi no cruzamento das ruas Moreira da Rocha e Nunes Valente, próximo à sede do Governo do Estado, que recebe a visita do presidente Lula nesta quinta-feira, 20Professores e técnicos-administrativos federais da educação em greve realizam ato no cruzamento das ruas Moreira da Rocha e Nunes Valente, no bairro Meireles, em Fortaleza, próximo ao Palácio da Abolição. O local recebe no início da tarde desta quinta-feira, 20, a visita do presidente do País, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para anúncio de investimentos na saúde e educação no Estado.
No evento, alguns servidores foram autorizados a entrar na sede do Governo do Estado, onde seguem com a mobilização. Outros, que estão com blusa da mobilização grevista, foram impedidos de entrar no Palácio da Abolição. O ato da categoria busca chamar a atenção da condição grevista no ensino superior durante a passagem do presidente pelo Estado.
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A presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), Irenísia Oliveira, destaca o reforço das reivindicações dos servidores da educação. “Recomposição salarial de orçamento da universidade, contra a reforma administrativa, nos posicionando muito firmemente na defesa dos pisos constitucionais de educação e saúde, mostrar que estamos vivos”, comenta.
Ainda segundo a representante, houve um refluxo na ameaça aos pisos salariais. A última proposta do Governo Federal foi apresentada no dia 15 de maio, onde foi sugerido o reajuste salarial de 0% em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), por sua vez, apresentou uma contraproposta, exigindo o reajuste de 3,68% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026.
“Trouxemos as nossas faixas em defesa dos pisos constitucionais de educação e saúde. É importante mostrar para os governantes para que eles saibam que precisam ouvir as ruas, precisam ouvir os trabalhadores, precisam ouvir os lutadores e, além da política institucional, que nós somos, constituímos forças sociais concretas, reais, influentes e que eles também precisam nos ouvir”, destaca Irenísia.
Pelas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce) publicou que “servidores TAE e professores barrados no evento com Lula”. Em gritos de “Educação Precarizada” e faixas com a frase “Educação não é mercadoria”, servidores ocuparam as ruas próximo à sede do Governo do Estado desde à 9 horas da manhã.
Durante assembleia realizada na última segunda-feira, 17, os professores decidiram manter o movimento grevista, que já dura dois meses. O Comando Unificado de Greve de instituições de ensino superior do Ceará reúne sindicatos de docentes e servidores da UFC, Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Lula critica prolongamento da greve dos docentes federais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, no último dia 10 de junho, o prolongamento da greve dos professores e técnicos das universidades e institutos federais e afirmou que o montante de recursos negociados com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para recompor os salários dos docentes e servidoresé “não recusável”.
Para Lula, greve tem tempo para começar e também para terminar e é preciso que as lideranças sindicais tenham “coragem de acabar com a greve”.
“Eu fui dirigente sindical que eu nasci no "tudo ou nada". Pra mim, era o seguinte: é 100% ou é nada, é 83% ou é nada, é 45% ou é nada. Muitas vezes, eu fiquei com nada”, disse Lula, afirmando que, no caso da greve atual dos docentes, “não há muita razão de estar durando o que está durando”. (Agência Brasil)