Moradora sobe em árvore para impedir corte em condomínio no Meireles

Moradores de um condomínio do bairro Meireles se uniram para impedir o corte de duas duas mangueiras que existem há mais de 30 anos no local. Nova assembleia será realizada para votação sobre corte delas

Para evitar que duas mangueiras fossem cortadas em um condomínio, a médica Lúcia Penaforte tomou a decisão de subir em cima de uma árvore para protestar contra a derrubada. O caso aconteceu na última terça-feira, 12, em um condomínio na rua Canuto de Aguiar, no bairro Meireles, em Fortaleza.

A Secretaria Regional 2 autorizou o corte da árvore, mas os moradores do condomínio reclamaram que não houve uma assembleia para discutir sobre o assunto.

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Com o protesto realizado por Lúcia, que é moradora do local há 29 anos, a demolição das duas mangueiras não ocorreu, mas foi acordado entre os moradores e o síndico do prédio que será realizada uma assembleia para decidir se as árvores devem ser derrubadas ou não. A decisão vai ocorrer por meio de votos entre os moradores.

Em nota, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) afirmou que a autorização do corte da árvore foi realizada em abril deste ano após vistoria técnica no local.

“Foi realizada uma vistoria no local para constatar que o exemplar está com uma infestação de cupins e partes mortas, apresentando risco de queda. A permissão do corte da árvore foi concedida após solicitação registrada pelo representante legal do edifício.”

Segundo Lúcia, as duas mangueiras fazem parte do condomínio há mais de 30 anos e continuam dando frutos, apresentando boas condições. “As árvores são lindas, faz uma bela sombra por causa delas e dão bons frutos, querer cortar é querer apagar uma parte da história de muitos que moram aqui, pois ela está aqui há muito tempo.”

A moradora ainda afirma que a ideia de subir na árvore se deu após o filho dela avisar que a árvore já estava em processo de ser cortada. “Eu descobri na hora que iam cortar a árvore, não falaram nada para os moradores, apenas tomaram a decisão e iam derrubar. Eu não aceitei e precisava fazer algo, ainda bem que foi evitado o corte”, disse Lúcia.

De acordo com o engenheiro João Batista, esta foi a terceira vez que tentaram derrubar as duas mangueiras, a primeira tentativa aconteceu em 2016 quando em assembleia foi informado que seria necessário cortar as árvores devido à presença de mosquitos, muriçocas e cupim em alguns prédios. Na época, eles voltaram atrás da decisão após moradores reclamarem do corte. Já em 2022, a árvore passou por um corte drástico.

“É preciso a gente fazer movimentos como esse para evitar que tentem cortar as árvores, cada vez mais tentam destruir a natureza, então o que a gente puder salvar a gente vai lutar por isso”, ressaltou João.

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