Funcionários da Linha Leste do Metrô de Fortaleza entram em greve
De acordo com o Sindicato, as obras da Linha Leste deveriam contar com 1.500 funcionários para que a obra avance de fato. Contudo, há apenas 500 funcionários na obraTrabalhadores que atuam nas obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza declararam greve nesta segunda-feira, 17. A categoria reivindica reajuste salarial de 13% e outras melhorias, enquanto o Consórcio FTS, empresa contratada para a obra, ofereceu propostas inferiores. Atualmente, apenas os trabalhos de manutenção essenciais estão em andamento. Segundo os trabalhadores da obra, a paralisação será mantida até que as demandas sejam atendidas.
A categoria é representada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral do Estado do Ceará (Sintepav-CE).
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Conforme relatado pelo presidente do Sindicato, Raimundo Nonato Gomes, desde de 2020 os trabalhadores vêm tentando implantar um plano de saúde para todos. Contudo, apenas 114 de aproximadamente 450/500 funcionários possuem essa cobertura. O presidente do Sintepav-CE afirmou que o Consórcio FTS alega falta de orçamento para ampliar o benefício.
Após os trabalhadores enviarem as propostas, na última quarta-feira, 13 de junho, o Consórcio FTS apresentou uma contraproposta. Confira as opções sugeridas pelas partes:
Propostas dos trabalhadores da Linha Leste:
- Reajuste salarial: 13%
- Cesta básica: 600,00
- Cesta Natalina: R$ 600,00
- Participação nos lucros (PLR): 50% a cada seis meses
- Plano de saúde
- Feriado de carnaval segunda e terça feira
- Folga véspera de Natal e ano novo
Contraproposta do Consórcio FTS:
- Reajuste: 6,0%, com teto em R$ 6.148,00
- Cesta básica: R$ 500,00 para todos os colaboradores
- Cesta natalina: R$ 500,00 para todos os colaboradores
- Participação nos lucros (PLR): 45% com teto de R$ 5.300,00
- Não haverá expediente na segunda e terça-feira de carnaval
- Não haverá expediente na véspera de Natal e Ano Novo
- Renovação das demais cláusulas da CCT 2022/2023
A participação nos lucros e resultados (PLR) também enfrenta limitações, com os trabalhadores propondo 50% e o Consórcio sugerindo 45%, com um teto de R$ 5.300. O sindicato critica o teto, afirmando que ele divide a categoria, pois quem ganha acima desse valor não recebe o benefício completo.
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Segundo Raimundo Nonato Gomes, as obras da Linha Leste também sofrem com a falta de mão-de-obra adequada. De acordo com o Sintepav-CE, há cerca de 500 trabalhadores na obra, porém seria necessário cerca de 1.500 funcionários para que a obra avance de fato.
Apesar da contraproposta do Consórcio, as negociações não avançaram, levando à aprovação de uma paralisação em assembleia nesta segunda-feira, 17. O sindicato decidiu manter a paralisação até que as demandas dos trabalhadores sejam atendidas. Atualmente, apenas os trabalhos de manutenção essenciais estão em andamento.
No dia 7 de junho, a estação Chico da Silva, pertencente a Linha Leste do Metrofor, chegou a ser embargada pela fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho no Ceará (SRT-CE) por expor os trabalhadores a riscos de segurança. Os trabalhos foram liberados na sexta-feira, 14, após nova vistoria, que avaliou que a empresa responsável implementou medidas de segurança para evitar o risco iminente de queda dos trabalhadores.
Em nota, a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), órgão executor da obra, informou que está cobrando do Consórcio FTS o entendimento com o sindicato da categoria com vistas à retomada das atividades nas frentes de obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza.
O POVO procurou o Consórcio FTS para uma declaração acerca da negociação junto aos trabalhadores. A matéria será atualizada após receber uma resposta.
Com informações da repórter Taynara Lima/Especial para O POVO
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