Moradora sobe em árvore para impedir corte em condomínio no Meireles
Moradores de um condomínio do bairro Meireles se uniram para impedir o corte de duas duas mangueiras que existem há mais de 30 anos no local. Nova assembleia será realizada para votação sobre corte delas
09:19 | Jun. 17, 2024
Para evitar que duas mangueiras fossem cortadas em um condomínio, a médica Lúcia Penaforte tomou a decisão de subir em cima de uma árvore para protestar contra a derrubada. O caso aconteceu na última terça-feira, 12, em um condomínio na rua Canuto de Aguiar, no bairro Meireles, em Fortaleza.
A Secretaria Regional 2 autorizou o corte da árvore, mas os moradores do condomínio reclamaram que não houve uma assembleia para discutir sobre o assunto.
Com o protesto realizado por Lúcia, que é moradora do local há 29 anos, a demolição das duas mangueiras não ocorreu, mas foi acordado entre os moradores e o síndico do prédio que será realizada uma assembleia para decidir se as árvores devem ser derrubadas ou não. A decisão vai ocorrer por meio de votos entre os moradores.
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Em nota, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) afirmou que a autorização do corte da árvore foi realizada em abril deste ano após vistoria técnica no local.
“Foi realizada uma vistoria no local para constatar que o exemplar está com uma infestação de cupins e partes mortas, apresentando risco de queda. A permissão do corte da árvore foi concedida após solicitação registrada pelo representante legal do edifício.”
Segundo Lúcia, as duas mangueiras fazem parte do condomínio há mais de 30 anos e continuam dando frutos, apresentando boas condições. “As árvores são lindas, faz uma bela sombra por causa delas e dão bons frutos, querer cortar é querer apagar uma parte da história de muitos que moram aqui, pois ela está aqui há muito tempo.”
A moradora ainda afirma que a ideia de subir na árvore se deu após o filho dela avisar que a árvore já estava em processo de ser cortada. “Eu descobri na hora que iam cortar a árvore, não falaram nada para os moradores, apenas tomaram a decisão e iam derrubar. Eu não aceitei e precisava fazer algo, ainda bem que foi evitado o corte”, disse Lúcia.
De acordo com o engenheiro João Batista, esta foi a terceira vez que tentaram derrubar as duas mangueiras, a primeira tentativa aconteceu em 2016 quando em assembleia foi informado que seria necessário cortar as árvores devido à presença de mosquitos, muriçocas e cupim em alguns prédios. Na época, eles voltaram atrás da decisão após moradores reclamarem do corte. Já em 2022, a árvore passou por um corte drástico.
“É preciso a gente fazer movimentos como esse para evitar que tentem cortar as árvores, cada vez mais tentam destruir a natureza, então o que a gente puder salvar a gente vai lutar por isso”, ressaltou João.