Youth20: evento busca levar demandas da juventude de Fortaleza para o G20
As demandas dos jovens serão compiladas na "Carta da Juventude de Fortaleza para o G20", que será levada para a Cúpula de chefes de Estado
15:05 | Jun. 12, 2024
Com o objetivo de aproximar as juventudes de Fortaleza do encontro da Cúpula de Líderes do G20, que ocorrerrá em novembro deste ano, no Rio de Janeiro, o Cuca do José Walter recebeu nesta quarta-feira, 12, o Youth20 (Y20). O evento reuniu jovens e representantes do poder público para debates e proposição de soluções por meio da elaboração da "Carta da Juventude de Fortaleza para o G20", que será levada ao Rio.
De acordo com Asanda Luwaca, presidente executiva do Y20 da África do Sul e diretora da Agência Nacional de Desenvolvimento da Juventude da África do Sul, o Y20 atua como uma plataforma de diálogo entre os jovens e os representantes da Cúpula de chefes de Estado dos países do G20.
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"É importante que os jovens participem[desses processos], porque precisamos nos informar das discussões, influenciar as resoluções ou as decisões que possam ser tomadas no G20", destaca.
Ao longo do dia, uma série de mesas de discussão foram realizadas. Dentre os temas abordados, estão as mudanças climáticas e a transição energética. “Os jovens irão herdar o futuro. Então, quando a gente fala em transição energética, a gente pretende reforçar que precisamos operar de uma forma mais sustentável, para proteger o meio ambiente, e a gente não herdar um mundo degradado”, pontua Asanda.
“Temas como esses são importantes para os jovens, porque as ações que tomamos agora terão um impacto para as próximas gerações e nós somos a geração que vai herdar o mundo. Precisamos estar à frente dos planos de implementação [de políticas]”, adiciona.
Hiago Marques, presidente da comissão de juventude da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), acredita que é impossível discutir temas para o futuro sem a participação dos jovens. Ele destaca a importância da participação local, no caso de jovens do José Walter, em um evento como o G20.
"Os problemas estão nos bairros, nas periferias etc. É essa juventude que mais tem dificuldade no acesso ao ensino superior, ao trabalho. Eles que, realmente, vivenciam as dificuldades do mundo como um todo", ressalta.
"Para que você chegue na cúpula com os presidentes, é muito importante que exista esse trabalho de base, passando por várias cidades, em especial aqui, que é um bairro com IDH baixo", continua.
Carta da Juventude de Fortaleza para o G20
Ao longo das discussões, as demandas dos jovens serão compiladas na “Carta da Juventude de Fortaleza para o G20” que, como o próprio nome indica, será levada à Cúpula de chefes de Estado. O documento busca garantir a participação dos jovens no G20.
“Estamos trazendo essa discussão para cá para que esses jovens possam ter voz, possam levar suas demandas para o Rio de Janeiro, para que os líderes globais do G20 possam analisar, colocar em prática e tentar desenvolver um mundo cada vez melhor”, pontua Davi Gomes, secretário municipal da juventude de Fortaleza.
Élcio Batista, vice-prefeito de Fortaleza, cita que o evento faz parte de uma ação que pretende aproximar todos os jovens da Cidade. “Não existe ‘juventude’. Existem ‘juventudes’. Assim como não existe uma Fortaleza. Existem várias. Essas pessoas precisam ser ouvidas, eles têm demandas relacionadas à construção da identidade, ao mercado de trabalho etc.”
G20 no Brasil
Neste ano, o Brasil receberá o encontro da Cúpula de Líderes do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O grupo é composto pelas principais economias do mundo e tem como objetivo promover a cooperação econômica e financeira internacional.
Asanda acredita que é importante que países do sul global, como o Brasil, recebam eventos do tipo. “O que estamos vendo, agora, é uma mudança no sistema geopolítico. Estamos vendo mais países do sul global influenciando o que é feito na agenda global.”
“É importante que os países do sul continuem nesse trajeto para que exista um mundo multipolar, ao invés de um establishment unipolar, que decidiria o que aconteceria com o resto dos países”, continua.