Policial quebra celular de homem que gravava abordagem policial no Antônio Bezerra

O caso aconteceu no bairro Antônio Bezerra, em maio. Controladoria Geral de Disciplina informou que vai apurar os fatos em âmbito administrativo

22:14 | Jun. 10, 2024

Por: Wilnan Custódio
Celular quebrado por policial durante abordagem (foto: José Antônio Viana Rocha: acervo pessoal)

Um homem denuncia que foi vítima de uma abordagem policial violenta no bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza. O caso aconteceu no dia 30 de maio e José Antônio Viana Rocha, de 40 anos, alega que um dos agentes tomou seu celular e o quebrou ao jogar no chão.

O homem contou ao O POVO que estava ouvindo música em uma caixa de som na praça que fica ao lado de sua residência, que é sede do projeto social “biblioteca okupação”. De acordo com o seu relato, os policiais perguntaram seu nome, e ele respondeu, porém, seu pai teria chegado em seguida e começado a discutir com os agentes. Diante da situação, José Antônio conta que decidiu então gravar a abordagem policial. 

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Nesse momento, conforme o relato do homem, um dos policiais então dá voz de prisão por desacato, toma o celular e o quebra no chão.

O POVO teve acesso ao vídeo de câmeras de segurança do local. Nas imagens é possível ver o momento que o homem tenta gravar a viatura e é impedido por um policial que joga o aparelho no chão. 

Contra José Antônio foi lavrado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por Resistência, na 20ª Unidade do Juizado Especial Criminal da Comarca de Fortaleza. 

Em nota, a Polícia Militar do Ceará (PM-CE) disse ao O POVO que um procedimento interno será instaurado para apurar os fatos, e que “não compactua com desvios de condutas por parte de seus integrantes e repudia qualquer ação que vá de encontro aos valores e deveres da Corporação”.

Já a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que instaurou um procedimento disciplinar investigativo para apurar os fatos em âmbito administrativo.

O POVO optou por não expor as imagens inicialmente por ainda não haver uma acusação formal contra os policiais.