10ª edição da "Cãomiada" reúne ativistas da causa animal em Fortaleza
Concentrados na avenida Beira-Mar, tutores e pets realizaram breve caminhada de conscientização pelos direitos dos animais na Capital. Neste edição, objetivo principal foi chamar atenção para projeto da "Lei Joca"Um casal de banhistas para no meio do calçadão, na avenida Beira-Mar, e pede licença antes de afagar a pet de Radoika Parente, 52. Na tarde deste domingo, 9, a fonoaudióloga foi uma das participantes reunidas na 10ª edição da "Cãomiada", evento que busca conscientizar a população sobre os direitos dos animais.
Entre cartazes que declaravam “Amor aos animais, respeito à vida” e clamavam pelo “fim das carroças” puxadas por equinos, o público se dividia entre segurar os cachorros no colo ou caminhar lado a lado, com uma coleira na mão. Valia até, para os tutores mais curiosos, tirar foto com duas mascotes do desenho infantil “Patrulha Canina”.
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Radoika, acompanhada pela amiga, não conteve as lágrimas. Olhou para Ivy, sua cachorra, pediu desculpas pela emoção e revelou, com voz embargada, o motivo do choro: “São os cachorros de rua. A minha família é do Rio Grande do Sul, então estou acompanhando (a situação) dos cachorros que estão lá.”
“A gente tem os nossos e sabe que são cachorros que têm tudo. Mas muitos cachorros de rua não têm nada, são abandonados, então dentro do que podemos, estamos ajudando”, disse ela.
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"Cãomiada" se centra na defesa de que "animal não é coisa"
Para o ativista Erich Moreira, a "Cãomiada" já se tornou um evento consolidado entre os porta-vozes da causa animal em Fortaleza. “Chama atenção do movimento político, dos ativistas, dos protetores, das ONGs, para poder fazer força às pautas que são importantes. No caso, o tema agora (da caminhada) é ‘Animal não é coisa’”, explicou.
O tema é referência ao projeto de lei 6054/19, que propõe um regime jurídico especial para os animais domésticos e silvestres. Em sua justificativa, o PL relata o objetivo de afastar “o juízo legal de ‘coisificação’ dos animais”.
“A gente está tramitando também o projeto da ‘Lei Joca’, que trata sobre o animal não ser uma bagagem, o termo popular que temos utilizado. É uma resolução tanto da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) quanto uma legislação federal, para que possamos ter o animal viajando na cabine”, detalhou o deputado federal Célio Studart (PSD-CE).
O PL descreve o estabelecimento de “condições e critérios mínimos para o manejo de animais domésticos por empresas de transporte coletivo de passageiros nos modais aéreo, terrestre e aquaviário”. O projeto foi inspirado na morte do cão Joca, da raça golden retriever, que morreu durante transporte aéreo, no último dia 22 de abril.
Joca deveria ter sido levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para Sinop (MT) e acabou sendo colocado em avião que embarcou para Fortaleza, capital cearense. De lá, foi mandado de volta a Guarulhos, ficando quase oito horas no avião.
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