Unicef promove seminários em Fortaleza sobre saúde mental e oportunidades para adolescentes

Foram apresentadas no seminário algumas das ações desenvolvidas pela Unicef, dentre elas a estratégia 1 Milhão de Oportunidades (1MiO), que já abriu portas para 27 mil adolescentes no Ceará, e o canal virtual Pode Falar

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizou ao longo desta sexta-feira, 7, dois seminários sobre saúde mental e garantia de oportunidades para adolescentes. A atividade, que é uma parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, ocorreu no Cuca do Jangurussu, e teve como principal objetivo dialogar com as lideranças de projetos sociais da capital e do interior.

Foram apresentadas no seminário algumas das ações desenvolvidas pela Unicef, dentre elas a estratégia 1 Milhão de Oportunidades (1MiO), que já abriu portas para 27 mil adolescentes no Ceará, e o canal virtual Pode Falar.

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No período da manhã, técnicos, gestores e adolescentes participaram do seminário “Saúde Mental e Adolescências”, realizado na sala do cineclube do equipamento. Na oportunidade, a intermediadora da palestra, psicóloga Madeline Abreu (CRP 11-115) fez uma exposição sobre a temática no contexto étnico-racial e de gênero, com enfoque na residência social da iniciativa Agenda Cidade Unicef.

De acordo com Madeline, o seminário surge para fortalecer a rede, capacitar e trocar informações com os profissionais, para que, dessa forma, haja aperfeiçoamento dos fluxos em saúde mental nas instituições.

“A gente quer criar espaços terapêuticos de escuta para adolescentes que estão em sofrimento psíquico leve e moderado. A gente sabe que a gente tem a Rede de Assistência Psicossocial (Raps), a gente quer fortalecer a Raps, essa lógica do cuidado em rede, mas sabemos que tem uma demanda de não querer chegar em um estado grave”, compartilha a integrante da equipe do Unicef.

Madeline reforçou que ainda há uma deficiência em relação aos espaços de troca e escuta nos equipamentos, no entanto, será possível sanar este problema a partir da criação das iniciativas do Unicef em parceria com a Prefeitura e o Instituto de Cultura, Arte, Ciência e Esporte, será possível sanar este problema.

“Desde o ano passado a gente vem nesse processo de escuta com os adolescentes, que fez parte da 5ª Conferência de Saúde Mental, que fizemos aqui (no Cuca) e ficou muito claro essa demanda para esse nível de atendimento. Também ouvimos os profissionais que estão no campo, no território”, pontua.

O período da tarde, por sua vez, abordou a temática “Jangurussu de Oportunidades”, que foi conduzida por Nilson Silva, integrante da equipe do escritório Unicef em Fortaleza. Na ocasião, gestores e professores de escolas municipais e estaduais expuseram suas iniciativas de geração de oportunidades de aprendizagem e inclusão produtiva para os jovens do bairro Jangurussu.

“ONGs, escolas, institutos, a Prefeitura de Fortaleza e o governo do estado vão se reunir para uma troca de experiências em torno dessa temática tão importante para adolescentes e jovens”, explica Nilson Silva.

Para o coordenador do Núcleo de Cidadania de Adolescente (Nuca) do município de Eusébio, Makciel Castro, o seminário atua diretamente na implementação da lei da escuta protegida, que tem fluxos e caminhos para atender crianças e adolescentes vítimas de violência.

No seminário, Makciel expôs o projeto Agente de Saúde Adolescente, desenvolvido em 2011, que tinha como principal ação encaminhar os adolescentes da escola para a Unidade Básica de Saúde (UBS) do município. Na iniciativa, os jovens ficavam responsáveis por acolher a chegada de meninos e meninas à unidade de saúde.

“Antes a gente fazia política pública para adolescentes, agora, a gente faz com adolescentes. Dessa forma a gente consegue respeitar as adolescências nesse sentido e trazer os meninos para uma discussão que é deles”, prossegue.

“Nas discussões de política para mulher, mulheres discutem, nas discussões de política para idoso, idoso discute, para política de criança e adolescente, adultos discutem, não faz o menor sentido, então trazer os jovens para essa discussão faz com que eles se sintam protagonistas e que podem contribuir com a iniciativa”.

A previsão é que sejam criados espaços de grupos terapêuticos para atender os adolescentes que frequentam o Cuca Jangurussu. De acordo com Madeline, algumas salas modalidade promove uma conexão entre os adolescentes.

“Essa coisa dos grupos tem muito essa intenção de religar os meninos, quem operacionalizaria isso seriam as equipes que já fazem políticas públicas e a gente vai junto tentar dar o suporte técnico, habitacional para que eles possam trabalhar dessa forma”.

Selo Unicef

O Selo Unicef, ou Selo Unicef Município Aprovado, consiste em uma premiação concedida pelo órgão aos municípios do semiárido e da Amazônia Legal. O intuito do selo é estimular o município para otimizar recursos humanos e financeiros, qualificando a demanda e aperfeiçoando a oferta de políticas públicas direcionadas à infância e adolescência, em conformidade com os governos estaduais e municipais.

A certificação se dá por meio dos Núcleos de Cidadania do Adolescentes (Nuca), que consiste em grupos formados por adolescentes de 12 a 18 anos, moradores de cidades que participam da certificação. A criação desses espaços faz parte das atividades recomendadas pelo UNICEF às gestões municipais como mais uma possibilidade para estimular e garantir a representatividade e participação de adolescentes na vida comunitária – um direito já previsto na legislação, a exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Cada ciclo do Selo UNICEF dura quatro anos, acompanhando o período da gestão municipal, com base nisso, o Unicef analisa uma série de resultados sistêmicos para verificar se aquela cidade está apta para receber a certificação. Uma das ações para garantir o selo é a participação dos adolescentes no Nuca.

Neste período de quatro anos, os municípios:

  • fazem a adesão à iniciativa;
  • participam de capacitações;
  • recebem bibliografia e suporte técnico da equipe do UNICEF e parceiros;
  • desenvolvem um plano de ação;
  • mobilizam a comunidade local para participar das decisões;
  • acompanham a evolução de indicadores sociais;
  • são monitorados;
  • e, finalmente, são avaliados.

Na edição de 2017-2020, 176 municípios cearenses participaram. Destes, 118 ganharam o selo Unicef (confira na íntegra). Na edição referente ao ano de 2021/ 2024, 182 municípios cearenses participam da iniciativa.

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