Dia de Luta pela Educação Federal: professores e técnicos em greve realizam ato em Fortaleza

Greve dos servidores técnicos-administrativos iniciou em março último e a dos professores em abril. Docentes reivindicam recomposição salarial e melhores condições de trabalho

Professores e técnicos-administrativos das universidades e institutos federais do Ceará foram às ruas na manhã desta segunda-feira, 3, em ato pelo Dia Nacional de Luta pela Educação Federal. A manifestação teve concentração na reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) e, em seguida, os servidores realizaram uma caminhada em direção à Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza. 

O ato foi definido em reunião do Comando Unificado de Greve, realizada na última quarta-feira, 29, com a presença de representantes do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc) e de dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce) e do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (Sindsifce).

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A programação do ato teve início às 9 horas, com a concentração e acolhida de caravanas na Reitoria, e seguiu com a realização de atividades políticas e culturais. Às 14 horas, os manifestantes caminharam em direção à Praça do Ferreira. 

De acordo com a professora Sônia Pereira, diretora de Relações Intersindicais da Adufc, o ato busca chamar a atenção para as necessidades das universidades.

“Esse ato está sendo organizado para chamar atenção da sociedade para as questões relacionadas à universidade, as necessidades que a universidade tem. Não só os professores, no que se refere à reposição salarial, mas, principalmente, o orçamento da universidade que está muito defasado”, detalhou. 

Segundo ela, a organização do ato foi definida após dificuldade de negociação com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

No dia 27 de maio, a pasta anunciou o que seria a última proposta aos docentes, indicando reajustes de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, porém zero em 2024

“Os professores e servidores entendem que é impossível aceitar isso. Se não tem nenhum reajuste agora, teremos mais acúmulo de perdas salariais [...] Como a gente não tem um retorno de boa vontade para negociar, precisa chamar a atenção, inclusive do presidente”, enfatizou Sônia Pereira.

A proposta foi rejeitada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que pede reajustes de 3,66% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. Sônia considerou a última reunião dos professores com o Ministério como “inflexível” e afirmou que os docentes não puderam discutir sobre a proposta apresentada.

“Foi humilhante o tratamento que o MGI deu aos professores na última conversa que teve, no dia 27 [...] Nós não tivemos a oportunidade de fazer a discussão sobre essa proposta. Foi muito inflexível [...] Quem decide somos nós, não é o governo que vai decidir quando a nossa greve acaba”, analisou. 

Nesta segunda-feira, 3, a entidade deverá se reunir com o MGI novamente para abordar a proposta.

Por outro lado, a proposta apresentada pelo governo federal foi aceita pela Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), uma das entidades sindicais. 

Porém, na última quarta-feira, 29, o acordo foi derrubado pela 3ª Vara Federal de Sergipe, após decisão do juiz Edmilson da Silva Pimenta.

“Considerando que o PROIFES-Federação não possui legitimidade para participar da negociação com o Governo Federal, já que não preenche os requisitos legais e constitucionais para a representação da categoria docente, é medida que se impõe a determinação de que a União Federal se abstenha de firmar eventuais acordos com a referida entidade cartorial durante a Mesa de Negociação que trata sobre a reestruturação da carreira docente e sobre a deflagração da greve da categoria, com base nos seguintes
fundamentos jurídicos”, declarou o documento. 

A greve dos professores das universidades federais do Ceará teve início no dia 15 de abril e, além da recomposição salarial, as demandas dos profissionais incluem melhores condições de trabalho, reestruturação de carreiras e recomposição do orçamento das universidades públicas. Docentes e técnicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) também entraram em greve em abril último.

Atualizado às 20 horas

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