Professor é declarado inocente de acusação de abuso em escola de Fortaleza e não será indiciado

De acordo com a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), a denúncia de estupro de vulnerável segue em andamento, contudo, a participação do professor no crime foi descartada e ele não será indiciado

19:36 | Mai. 29, 2024

Por: Luíza Vieira
 PARENTES de alunos foram à unidade para denunciar o caso (foto: Mirla Nobre)

O professor suspeito de violentar sexualmente uma menina de quatro anos em uma escola pública no bairro Bonsucesso, em Fortaleza, foi declarado inocente pelo delegado titular da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), Alexandre Marques.

De acordo com a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), a denúncia de estupro de vulnerável segue em andamento, contudo, a participação do professor no crime foi descartada e ele não será indiciado.

“A investigação segue em andamento e está a cargo da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) da PC-CE”, complementa órgão.

“Sair da Dceca e escutar da boca do delegado que meu filho é inocente… Vocês não tem noção do desespero que é passar 63 dias sem dormir direito, sem comer direito, vendo meu filho querendo se matar, ele não tendo vida, ninguém tem noção”, desabafou a mãe do professor em vídeo nas redes sociais.

Com o intuito de esclarecer os fatos e declarar inocência, a família do professor havia criado um perfil no Instagram. A página publicou, no dia 30 de março, uma nota afirmando que a gestão da escola teve acesso às gravações de câmeras de segurança do local.

Em seguida, o material foi encaminhado à polícia, que, por sua vez, “constatou inviabilidade do professor estar no local ou ter feito qualquer ação contra a criança no dia do ocorrido ou em qualquer outro”.

“O professor estava em sala de aula com seus alunos no dia relatado e seu trajeto na escola apenas ocorreu da sala de aula para a saída. O mesmo nunca teve qualquer contato com a criança e não a conhece. A polícia já analisou as filmagens e constatou inocência do professor em questão, descartando a acusação”, publicou a página.

No perfil foram divulgadas gravações que mostram móveis, portas e janelas destruídos pela população. A página também exibe capturas de tela contendo ameaças enviadas ao professor desde a repercussão do caso.

Relembre o caso

Em março deste ano, uma mulher denunciou à Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) que a filha de 4 anos havia sofrido violência sexual na Escola Municipal João Paulo I, no Bairro Bonsucesso, em Fortaleza.

Após a denúncia, o professor foi afastado de suas funções, conforme informou a Secretaria Municipal de Educação (SME), à época.

A mulher relatou que a criança, ao chegar da escola, apresentou dificuldade para urinar, com dor e sangramento. Ao verificar, percebeu que a parte íntima da menina estava vermelha e irritada.

Em seguida a criança contou para a mãe que no momento que foi beber água na escola, um “amigo grande” a chamou dizendo que uma “amiguinha” estava ferida e a levou para uma sala. No local, ele teria “colocado os dedos” nas partes íntimas dela.

Posteriormente, a mulher levou a criança para atendimento no Hospital Infantil Dra. Lúcia de Fátima Ribeiro Guimarães Sá, no bairro Parangaba. Lá, a menina foi examinada e o médico falou sobre o indício de violência sexual.

A mãe da criança também registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher, que encaminhou a menina para exame de delito na Perícia Forense. A mãe da vítima alegou que o exame constatou o crime sexual.

A investigação segue em andamento e fica a cargo da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) da Polícia Civil do Estado do Ceará.

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