Gatil da Rosângela: abrigo em Fortaleza recebe ação de vacinação e consultas veterinárias

O abrigo, que existe há 15 anos, passa por dificuldades financeiras e sobrevive com a ajuda de doações

Com quase 150 gatos, o Gatil da Rosângela, localizado no bairro Vila Velha, em Fortaleza, recebeu ação de vacinação antirrábica — contra a raiva — e consultas veterinárias na manhã desta terça-feira, 21. O abrigo, que existe há 15 anos, vive dificuldades financeiras e sobrevive com a ajuda de doações.

A ação teve um caráter preventivo. Aline Queiroz, veterinária e coordenadora do Programa de Vigilância e Controle da Raiva, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), destaca que os registros de Esporotricose entre gatos sofreram um aumento na Capital. Nenhum caso do tipo foi registrado no gatil.

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“[A Esporotricose] é uma zoonose transmitida por um fungo, e o gato faz parte dessa cadeia de transmissão. Ela causa uma lesão muito feia na pele do animal. Há alguns anos, não tínhamos relatos [em Fortaleza]. Sabíamos de surtos em outros locais, mas não tínhamos relatos aqui.”

“Como ela é transmitida muito facilmente, pelo contato próximo, em um local com bastantes animais [como o abrigo] acaba sendo grave”, continua.

Por causa de outros fatores, muitos gatos do abrigo já estavam doentes e não puderam ser imunizados contra a raiva. “A imunidade está baixa, então, não devemos fazer”, cita Aline.

A responsável pelo gatil, Rosângela Souza, 58, é natural do Rio de Janeiro, mas vive em Fortaleza desde os 19 anos. Desde a infância, ela sempre foi apaixonada por animais — “para o desespero dos meus pais”, brinca.

“Lá no Rio de Janeiro tinha muito abandono de cachorro, de gato não se via muito. Eu levava os cachorros dentro das caixas [para casa]. Minha mãe ficava nervosa, meu pai [falava]: ‘Deixa a menina, a gente vai ajudando para depois colocar para adoção’. Minha infância foi toda assim”, relembra.

O gatil surgiu em 2009 de forma um tanto espontânea. Na época, ela já tinha oito gatos. “Abandonaram uma caixa com seis filhotinhos de siameses, e eu recolhi, aí foi começando. Os filhotes sobreviveram e se multiplicaram. Depois o pessoal começou a vir: ‘Rosângela, tem um gato machucado ali’, e eu recolhia. Nisso foi crescendo e crescendo. Nunca mais parei.”

O abrigo funciona na casa da responsável, que vive sozinha com os felinos em um espaço de três quartos e dois banheiros, que foram adaptados para os animais. O local, no entanto, apresenta uma série de problemas estruturais e precisa passar por reformas.

A dificuldade financeira é enfrentada desde a pandemia. Antes, ela contava com o suporte do marido, que faleceu vítima da Covid-19. Em 2020, ela chegou a vender móveis para conseguir manter os animais. “Teve uma hora que a gente começou a passar dificuldades.”

Apoiadores da causa animal, no entanto, descobriram a história de Rosângela e começaram a ajudar o abrigo. Criaram um perfil nas redes sociais, para arrecadar dinheiro e alimentação. Hoje, no entanto, as doações diminuíram e as necessidades aumentaram.

“Não tô tendo doações suficientes para comprar rações, são duas sacas por dia.Tem muitos gatos doentes, gatos internados, dívidas alta, etc.”, pontua.

Geymen Santiago, 27, que atua na captação de doações pelas redes sociais, enfatiza que o gatil precisa das doações para continuar funcionando. “Temos uma dívida altíssima e dependemos da ajuda de outras pessoas para continuar. Cada doação, cada valor, vai ajudar neste momento.”

Como ajudar o abrigo?

Pix: (85) 9 8127-4041
Arrecadação online: Vakinha
Redes sociais: @gatildarosangela

Como acionar um centro de zoonoses?

Site: ouvidoria da prefeitura
Aplicativo: Mais Saúde Fortaleza
Pelos telefones: (85) 3105 1164 / 3452 6619

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