"É desesperador lidar com a ausência", relata família de mulher morta por educador físico
Mulher foi morta pelo companheiro com 41 golpes de faca na frente do próprio filho no dia 30 de janeiro deste anoPrestes a completar cinco meses, o crime de feminicídio que vitimou uma mulher no bairro Luciano Cavalcante ecoa na família e amigos. Morta pelo próprio companheiro, com quem se relacionava há 30 anos, a mulher foi alvo de 41 golpes de faca. Toda a ação criminosa ocorreu na frente do filho de 11 anos de idade, no dia 30 de janeiro deste ano. "É desesperador lidar com a ausência, uma dor enorme que nos dilacera por dentro", afirma.
Conforme uma familiar da vítima, de nome preservado, há um sofrimento em dobro com os adiamentos do Júri. O julgamento do caso que estava marcado para a próxima quarta-feira, 22, mas foi adiado em razão de apuração de um incidente de insanidade mental.
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Para a família da vítima, que conviveu com o acusado durante os 30 anos que ele se relacionou, não acredita na versão da defesa do educador física, de que houve um surto psicótico e aponta premeditação. "Antes do crime não havia laudo, nenhuma queixa, nenhuma procura de médicos. Há, na família do réu, um neurologista, o que facilitaria um atendimento médico, o qual nunca foi realizado", relata a familiar.
Conforme o relato da familiar, o homem estudava para concurso público e atendia alunos. No momento da prisão em flagrante ou da audiência de custódia não se falou sobre qualquer transtorno psicológico. Durante o relacionamento do casal, ela se queixava de situações caracterizadas como violência psicológica, sendo diminuída constantemente como mãe e mulher.
Depoimento de vizinhos apontam que vítima bateu no portão por vários minutos pedindo por socorro
A família da vítima chega a citar que a vítima bateu por diversas vezes no portão da residência pedindo por socorro. Os parentes entendem que a vítima não teve acesso as chaves e controles. As chamadas que solicitavam a Polícia também descreviam os pedidos de socorro.
"Ao nosso olhar de família, isso torna mais claro a premeditação. pois tanto escondeu as chaves como colocou o filho dentro do carro antes de cometer o crime, para que não houvesse qualquer interrupção do ato brutal que iria praticar. Como isso é surto", ressalta.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e a assistência de acusação impugnaram o laudo referente ao incidente de insanidade mental e solicitaram a realização de uma nova perícia com uma nova junta médica de três médicos peritos. Para a família da vítima, o laudo foi feito com base em depoimentos parciais do acusado e da irmã, com informações precárias.
A defesa do acusado apontou que o educador físico foi atendido por psicólogo e psiquiatra no presídio onde está recolhido. E que foi identificada a existência de transtorno psiquiátrico com a prescrição de medicamentos para problemas psicóticos. (Colaboraram Dayanne Borges e Lucas Barbosa)